E.A.: Capítulo 27 - Encontro Inesperado

 

Pov. Molly

 

17th Agosto, Quarta-feira

Quando me virei para confirmar o dono da voz, me deparo com Jonathan em cima de uma árvore. Não esperava encontrá-lo aqui na clareira. O silêncio é incômodo, mas não serei eu a quebrá-lo. Minha égua está quieta, apenas o som da sua respiração é ouvida, ela apenas observa Jonathan com atenção.

- Como chegou até aqui? - Jonathan perguntou, quebrando o silêncio entre nós.

- Foi por acaso. - respondi na defensiva. - vim dar um volta a cavalo, já que minhas irmãs saíram e me deixaram sozinha. - disse.

- Irmãs? - o mesmo perguntou com o cenho franzido.

- Luna e Sol voltaram mais cedo. - respondi. - Sol foi encontrar Seth. Luna não sei dizer onde está. - disse o deixando surpreso. - da última vez que a vi, ela foi ajudar a irmã a se arrumar. - falei.

- Você contou para sua a Sol sobre o Seth. - o mesmo questionou.

Olhei estranho para Jonathan.

- Claro que contei a ela. - murmurei de mau humor. - acha que deixaria minha irmã sofrer sem saber quem é a alma dela? - questionei ríspida.

- Não foi isso que quis insinuar. - Jonathan diz na defensiva agora, ele engole em seco.

Respirei fundo.

- Desculpa se fui grossa. Não foi minha intenção. - falei mais calma.

Ele me olha e me parece que o mesmo quer falar alguma coisa para mim.

- Sabe que pode falar qualquer coisa, não é? - questionei olhando fixamente para seus olhos dourados.

Jonathan hesita.

- Deixa para lá. - o mesmo murmurou, desistindo de falar o que queria.

Ele coloca as mãos de cada lado do bolso da sua calça e olha para seus pés, o mesmo parece nervoso sem saber o como puxar assunto. Sorri de canto, por ter notado isso nele.

- Eu sei o que você quer saber. - falei olhando para ele, o mesmo levanta a cabeça para olhar em meus olhos. - faltei hoje, porque precisava fazer umas roupas para “formatura” do Simon. - disse. - já estava atrasada com as roupas e decidi ficar fazendo todas elas. E como passei a noite toda fazendo isso... faltei a aula - contei.

Jonathan não sabia o que dizer, pela sua linguagem corporal o mesmo estava sem jeito.

- Não era isso que queria saber. - ele mentiu e gaguejou.

Gargalhei da careta que ele está fazendo.

- Está mentindo. - falei para provocá-lo, sorri vitoriosa pela sua cara.

Ele suspirou.

- Ihhhh. - Ártemis relincha querendo dizer: “Ela te pegou”.

Jonathan olhou fixamente para minha égua.

- Essa é a Ártemis, irmã de baía do Apolo. - falei e passo a mão no pescoço dela, fazendo um leve carinho.

O mesmo me olhou com o cenho franzido, por ter dito o nome de um dos meus irmãos.

- Tenho um cavalo que se chama Apolo, normalmente o chamo de Polo... enfim... - tentei explicar.

- Hummm... - Jonathan murmurou.

- Porque não está no colégio? Não teve aula hoje? - perguntei achando estranho.

O mesmo hesita em responder.

- Teve. - ele respondeu. - sai mais cedo. Queria esfriar minha cabeça. - falei.

Fiquei em silêncio.

- Como encontrou esse lugar? - perguntei curiosa que branco o silêncio incômodo.

- Também foi por acaso. - Jonathan respondeu. - foi logo quando nos mudamos para Forks. - disse.

Seguro mais firme nas rédeas de Ártemis para descer da mesma, Jonathan percebe que desceria da égua. Então, Jonathan vem em minha direção na sua velocidade vampiresca. Paro o que estou fazendo e olho em seus olhos, admirada, ele para os seus movimentos e me olha acanhado.

- Desculpa. - Jonathan pediu. - não queria assustá-la. - disse.

Percebi que ele sentiu-se culpado, o mesmo olhou para o chão envergonhado, sorriu de lado.

- Não se preocupe com isso. - disse. - não me assustei. - o tranquilizei, ele ergue a cabeça e uma sobrancelha estava erguida. - apenas fiquei surpresa, por ter vindo até mim em sua velocidade vampiresca. - falei.

Jonathan sorri, o mesmo estende sua mão para me ajudar a descer da minha égua. Quando pego em sua mão, uma corrente elétrica percorre meu corpo, nós dois ficamos nos olhando até que Ártemis solta seu tipo barulho de cavalo que nos fez sair do transe. Desço da Ártemis com sua ajuda.

- Obrigada. - agradeci pelo cavalheirismo.

- Disponha. - Jonathan falou, sorrindo. - porque veio andando a cavalo? - perguntou.

- Gosto de cavalgar. - respondi. - sei que poderia me transformar em loba, mas gosto de andar a cavalo de vez enquanto. - falei dando de ombros.

Olhei para Ártemis que tinha se afastado de nós para comer o pouco de grama que tem na clareira.

- Ela não sentiu medo de mim quando me aproximei. - Jonathan comentou, olhando para minha égua.

Ri.

- Ártemis não sente medo de vampiros, assim como Apolo. - falei. - eles já viram vampiros antes. Então, eles não têm medo de vocês. - disse. - não posso dizer o mesmo dos outros oito cavalos. - murmurei.

- Você trouxe dez cavalos para cá? - ele perguntou.

- Não se preocupe, no estábulo tem climatizador. - falei sorrindo. - e antes de sair para cavalgar, coloquei uma manta grossa para que fique aquecida, não tem com o que se preocupar. - disse.

- Eu sin... - interrompi Jonathan.

- Não tem que se preocupar. - falei sorrindo para ele.

Jonathan fica mudo e pensativo.

- Você viria comigo? - o mesmo perguntou olhando de soslaio para mim.

- Depende. - falei olhando para ele.

- Não vou lhe machucar. - ele falou na defensiva. - prometo. - o mesmo prometeu.

Sorri para ele.

- Não tenho medo de você. - falei. - até porque, sou mais forte que você. - digo como se fosse óbvio.

Jonathan levantou a sobrancelha e me olhou incrédulo, o que me fez rir.

- Não me olhe assim. - mandei. - e não posso deixar Ártemis aqui sozinha, podem machucá-la ou levá-la a algum lugar se a encontrarem. - disse.

- Oh... - Jonathan falou e olha para minha égua.

- Tem problema de levarmos ela? - perguntei.

- De forma alguma. - ele respondeu.

- Então, pode nos levar aonde você quiser. - disse mexendo as minhas sobrancelhas.

- Tudo bem. Vamos? - o mesmo perguntou.

Assobio para que Ártemis ouvisse, ela está um pouco mais longe do que antes. Ela vem até nós e para na nossa frente.

- Vamos, baby. - falei para ela.

Ártemis esfregou sua cabeça em meu braço.

- Nos siga tudo bem. - falei fazendo carinho em sua cabeça.

Ela levanta as orelhas para me dizer: SIM. Nós três fomos em direção a floresta, Ártemis vêm atrás de nós. Estou bem curiosa para saber onde Jonathan me levará. Não estou com medo, até porque posso derrubá-lo sem nenhum esforço e com apenas um ou dois golpes. Andamos por uns quinze minutos pela floresta fechada em silêncio.

- De quem você ganhou a Ártemis? - Jonathan perguntou, puxando assunto.

Sorri.

- Meu pai me deu ela de aniversário. - respondi. - já o Apolo foi o Magnus que me deu. - falei.

- Vocês são muitos amigos. - ele falou em um tom enciumado. - você e o Magnus... - murmurou.

- Ele me entende. - falei. - Magnus nunca me julgou por ser uma loba, mesmo ele não sendo um caçador das sombras. Ele sempre foi condescendente comigo. - disse.

Jonathan me olha com um ponto de interrogação na testa.

- Os Nephilim nunca gostaram de mim por ser uma loba e um caçadora das sombras. - expliquei. - os únicos caçadores que não me olhava torto foram Alec, Izzy, Jace e Max. - falei. - depois foram a Clary e Simon. - disse. - com o tempo fui me acostumando com os olhares e os cochichos. - disse.

- Mas nem sempre foi assim. - Jonathan concluiu.

- Não... - respondi. - sofri preconceito dos meus 5 até 13 anos, mas com alguns conselhos e insensitivo segui em frente. - falei.

- Sinto muito. - Jonathan falou.

- Não sinta. - falei. - a pior coisa que me aconteceu foi quase perder o Magnus. A morte do Max e a do Raphael, isso mexeram muito comigo. - disse.

- Ai meus deus! - Jonathan exclamou.

- O que foi? - perguntei.

- Foi por isso que seu tio te torturou? - ele perguntou me parando e segurando meus ombros. - foi por ser uma loba. - questionou incrédulo.

Fechei os olhos e suspirei.

- Valentim queria poder e não aceitava que os membros do submundo tivessem um poder tão grande nas mãos. Então, ele odiava qualquer criatura poderosa, inclusive a mim, meu irmão, tios e meu pai. - falei. - ele alegou na época que meu pai tinha seduzido minha mãe, mas como minha mãe odiava Valentim e não gostava dos seus pensamentos e ideologias, ela nunca o seguiu e nunca se importou com as baboseira que Valentim pregava. - contei.

- Então, ele te machucou por raiva? - Jonathan perguntou.

- Inveja. - respondi olhando para ele. - sou a loba mais poderosa que existe. Depois da Lupina, é claro. - digo.

- Como assim? Poderosa? - Jonathan perguntou.

Suspirei.

- Lembra que disse que temos talentos. Assim como vocês vampiros? - perguntei.

- Sim. - o mesmo respondeu.

- Eu não tenho apenas um talento... poder... - falei e o mesmo me olha sem compreender. - tenho mais de um talento. - ele me olha chocado. - não sei o número exato e nem sei quais eu tenho, mas tenho mais de um talento. - digo.

Jonathan fica mudo.

- Você disse que não sabe quais você tem? - o mesmo perguntou.

- Bem... muitos dos meus poderes eu não conheço. - expliquei. - posso controlar os quatro elementos da natureza, telecinese, manipulação... entre outros que não vou me lembrar de cabeça agora. - falei.

- Está tentando se exibir? - Jonathan perguntou em tom de brincadeira.

Sorri.

- Infelizmente, não. - falei para o mesmo. - eu realmente não sei a dimensão do meu poder ou a quantidade. - disse.

- Então, você tem muito poder. - Jonathan murmurou perplexo. - mas qual é o seu talento que te define? - perguntou.

- Bem... você sabe o que é Akai Ito? - perguntei voltando a andar.

- Não. - o mesmo respondeu, voltando a andar também.

- Akai Ito = é uma lenda Chinesa que é passada de geração a geração e que conta que quando duas almas gêmeas são compatíveis, uma linha vermelha está presa aos seus dedos mindinho. - falei.

- E o que isso significa? - Jonathan perguntou com cenho franzido.

- Significa que consigo ver as pessoas destinadas uma para a outra. - respondi. - eu consigo ver a linha vermelha do destino de casais. - falei.

Jonathan fica em silêncio por um tempo.

- Você consegue ver quem é a sua alma? - Jonathan perguntou.

- Não posso. - respondi, sorrindo sem jeito. - acho que sou uma exceção. - disse. - não consigo ver, nem mesmo se olhar pelo espelho. - falei.

Ele fica mais uma vez em silêncio.

- Como funciona sua leitura de mentes? - Jonathan perguntou curioso.

- Quando estamos na nossa forma de loba, conseguimos nos comunicar por telepatia com qualquer pessoa. - falei. - isso nos ajuda, pois não precisaremos voltar a nossa forma humana. - disse.

- Meu cunhado apenas consegue fazer isso com a matilha dele. - ele comentou.

- Cunhado? - perguntei.

- Jacob... - Jonathan esclareceu. - sou filho adotivo da Bella e do Edward, Nessie é minha irmã. - diz.

- Oh... Então, vocês são como uma família e não um clã. - conclui.

- Exatamente. - Jonathan falou sorrindo.

- Então, seu pai é o Edward e sua mãe é a Bella. - falei mais para mim do que para ele. - isso explica o motivo dele ter te chamado de filho. - disse em voz alta.

- Como? - o mesmo perguntou.

- Teve uma vez, que o Edward te chamou de filho em um tom baixo. E fiquei com a pulga atrás da orelha tentando entender. - falei e ri.

- Hummmm. - Jonathan murmurou. - quando foi isso? - perguntou.

- Acho que foi no meu primeiro ou segundo dia de aula. - respondi. - não me lembro muito bem, as vezes sou péssima com datas. - falei.

- Entendi. - ele murmurou pensativo.

- E você? Tem algum dom? - perguntei.

- Bem... posso controlar o clima. - Jonathan respondeu. - posso criar uma tempestade, chuvas e muito sol em uma cidade. - descreveu seu dom.

- Que legal. - falei.

- Nenhum dos seus irmãos tem um dom desses? - ele perguntou.

- Não. Pelo menos acho que não. - respondi. - apesar da Sol pegar energia do sol, ela não pode fazer um dia ensolarado ficar mais quente. - expliquei. - apenas pegar a energia dos raios ultravioleta. - murmurei. - talvez os próximos dias fiquem ensolarado, mas é por causa da ligação.

- Entendi. - Jonathan falou e ficou um pouco confuso. - há... e o sol não me faz brilhar. - diz por fim.

Franzi o cenho.

- Como é? - perguntei perdida.

Jonathan ri.

- Nos vampiros, em vez de queimar na luz do dia, nossa pele quando o sol entra em contato com os raios solares, a pele brilha como se tivesse vários pedaços de diamantes incrustados. - ele explicou.

- Que incrível. - falei maravilhada. - mas ruim também. - disse. - você e sua família, não podem morar em um lugar quente. Os humanos perceberiam a diferença. - comentei mais para mim do que para ele.

- Isso. Por isso moramos em lugares frios. - o mesmo falou.

- Que maravilha. - falei animada e ri.

- Você gosta do frio? - Jonathan perguntou e sorriu.

- Amo. - respondi. - a temperatura do meu corpo é muito alta e acabo sentindo muito calor na maioria das vezes. - falei. - então, lugares frios é meu paraíso. - expliquei empolgadíssima.

- Deve ser bom ter a temperatura elevada. - Jonathan diz.

Sorri pervertida.

- Tem suas vantagens. - falei movimentando minhas sobrancelhas o provocando.

Ele me olha sem graça e se pudesse corar, o mesmo estaria corado.

- Não quis dizer dessa forma. - Jonathan gaguejou.

Ri.

- Eu sei. - falei. - desculpa, não resisti em ver sua reação. - murmurei e ri da sua cara. - convivência com Jace e o Magnus. E um pouquinho da Izzy. - disse sorrindo.

Ele fica em silêncio, pelo visto o deixei com ciúmes.

- Estamos quase chegando. - Jonathan murmurou.

- Certo. - falei e olhei para trás, notei que Ártemis havia parado. - o que foi meu amor? - perguntei a ela.

A mesma não fez nenhum barulho e começou a andar em nossa frente, acho isso estranho, pois não era o normal dela. Fomos atrás da mesma.

- Pelo visto sua égua sabe onde vamos. - Jonathan comentou sorrindo.

- Ela deve ter sentido algo. - falei. - Ártemis tem os sentidos muito aguçados. - comentei.

Andamos por mais alguns minutos. Minha égua já não está à minha vista, mas sei que ela voltaria até mim, seja lá onde a mesma tenha se metido. Comecei a escutar barulho de água caindo, logo veio em minha mente a imagem de uma cachoeira. Farejei o ar discretamente, sinto o cheiro de água, misturado ao cheiro de flores e da minha égua, Ártemis. Jonathan me passa e vai até as samambaias, ele afasta as mesmas para que eu possa passar entre elas. Sorri em agradecimento. Quando passei pelas samambaias, minha visão revela um campo grande fechado por árvores enormes e densas, o lugar é simplesmente magnífico, o perfume das flores é maravilhoso e a energia que está emanando do lugar é indescritível. A energia que emana do campo é muito parecida com a energia de Idris. Ártemis está perto da cachoeira tomando um pouco d’água.

- Esse lugar é... - não sabia qual palavra usar para descrever o lugar.

- Maravilhoso? Incrível? Magnífico? - Jonathan falou algumas palavras para descrever o lugar.

- Mágico... - falei e olhei em seus olhos. - essa é a palavra para descrever a clareira. - digo.

Jonathan ri, o que me faz levantar minha sobrancelha.

- O que? - questionei sem entender.

- Realmente. Esse lugar é mágico. - o mesmo falou sorrindo.

- Como encontrou esse lugar? - perguntei.

- Foi por acaso também. - Jonathan falou. - estava vagando pela floresta até que encontrei esse lugar. - disse.

- Entendi. - respondi.

Olho para a cachoeira e depois olho com um sorriso travesso.

- O que você vai aprontar? - Jonathan perguntou, desconfiado.

- Estava pensando em dar um mergulho na cachoeira. - respondi.

O mesmo arregalou seus lindos olhos dourados.

- Tá maluca! - Jonathan exclamou. - quer pegar um resfriado? - questionou.

Sorri.

- Eu sei que vampiros são muitos bons de memória, mas vou refrescar a sua... - falei. - sou uma loba e a única coisa que já peguei foi intoxicação alimentar, por culpa da Izzy. - murmurei.

- Tudo bem. - Jonathan falou. - você não pode entrar na água, porque não está com roupas de banho. - disse.

- Realmente, eu não estou. - falei. - mas não é como se eu tivesse de calcinha e sutiã. - argumentei sorrindo travessa.

Jonathan me olha sem ter uma resposta ou o que dizer.

- Nem pense nisso. - o mesmo resmungou.

Sorri.

- Tudo bem, então. - falei. - se você não quer dar um mergulho, tem quem queira. - disse.

Me afastei dele e comecei a tirar todas as minhas roupas, ficando apenas com as roupas de baixo (calcinha e sutiã). Antes de me aproximar da beira da cachoeira, olhei sobre o ombro para Jonathan que me olha estático e incrédulo. coloquei meu pé na água para sentir a temperatura e confirmo que a mesma está deliciosa. Entrei dentro d’água em um mergulho, por causa do meu talento de manipular os quatro elementos da natureza, consigo respirar debaixo d’água como um peixe. Fico uns bons minutos debaixo d’água e percebi que Jonathan gritava meu nome, desesperadamente. Fico preocupada, achando que tinha acontecido alguma coisa. Então, volto para a superfície.

- O que está acontecendo? - perguntei preocupada.

Passo minhas mãos em meu rosto para tirar o excesso d’água.

- Você está louca? - Jonathan questionou me olhando preocupado. - quase morri de preocupação, quando percebi que não tinha voltado para a superfície. - falou, mas dessa vez está aliviado.

Reviro os olhos.

- Pelo visto, não prestou atenção em nossa conversa. - falei o olhando. - manipulo os quatro elementos da natureza e como consequentemente consigo respirar debaixo d’água. - digo e tombei minha cabeça para o lado.

Ele me olha chocado e surpreso.

- Desculpa. - Jonathan pediu, envergonhado. - fiquei preocupado. - justificou.

- Tudo bem. - falei sorrindo. - mas agora, pare de frescura e entre na cachoeira. - mandei. - a água está maravilhosa. - murmurei.

- Não posso entrar. Não estou usando roupas de baixo. - Jonathan falou.

Revirei os olhos.

- Eu também não estou e entrei de calcinha e sutiã. - falei. - além do mais, você não seria o primeiro homem que vejo de cueca. - disse sorrindo.

Jonathan me olha encabulado.

- Meus irmãos. - esclareci para sanar seus temores.

O mesmo retrucaria.

- Apenas entra na cachoeira e aproveite. - mandei e voltei a mergulhar. 

Passaram-se alguns minutos e nada dele entrou dentro d’água.

“ - Oh, vampiro com fogo no cu. - retruquei mentalmente.”

Estava prestes a voltar para a superfície para puxar o pé daquele vampiro frescurento, mas de repente sinto uma mão segurar meu tornozelo e puxá-lo levemente, me soltei violentamente e com meus olhos brilhando me viro para a pessoa que pegou em meu tornozelo. Quando a pessoa que segurou meu tornozelo fica em meu campo de visão, percebo que era Jonathan que está na minha frente.

Voltei à superfície rapidamente, fazendo com que ele fizesse o mesmo.

- VOCÊ FICOU MALUCO! PODERIA TER LHE MATADO! - gritei furiosa com o mesmo.

Surto internamente por quase tê-lo matado.

- Desculpa. - Jonathan pediu.

Ele tenta se aproximar de mim, mas levanto minha mão para impedi-lo de se aproximar.

- Era para ser apenas uma brincadeira. - se justificou tentando amenizar a situação.

Olho bem fundo em seus olhos, o que me faz suavizar minha irritação. Jonathan me olha sem compreender a minha explosão. Ele se aproxima mais uma vez de mim e dessa vez deixo-o aproximar-se de mim. Jonathan me abraçou com cautela, relaxo e encosto minha cabeça em seu peito gélido, ficamos na mesma posição por um bom tempo, respiro fundo de alívio, me afasto dele por alguns centímetros e sem sair de seus braços, o mesmo olha dentro dos meus olhos.

- Me perdoe. - ele pediu. - não foi minha intenção deixá-la desse jeito. - falou arrependido e preocupado.

Suspiro e fecho meus olhos.

- Não... - falei. - eu que devo pedir desculpa, por ter gritado com você. - disse.

- Tudo bem. - Jonathan falou sem desviar seus olhos dos meus. - a culpa disso tudo foi minha, não deveria ter pego em seu tornozelo daquela maneira. - disse.

- Nunca mais faça uma coisa dessa. - pedi, agarrando seu braço. - poderia ter matado você, achando que fosse algum inimigo. - falei.

- Tecnicamente sou seu inimigo. - Jonathan diz.

Desvio meu olhar do seu e abaixou a cabeça, me controlei para não desabar na sua frente.

- É o que pensa? - perguntei magoada.

- Não mas... sou um vampiro e você é uma... -

- Uma loba. - completei em um sussurro. - acha que sou sua inimiga por ser uma loba. - falei mais para mim do que para ele.

Saio de seus braços e vou até a borda da cachoeira saindo de dentro água.

- Molly... espere. - Jonathan pediu, mas eu não dei a mínima.

Vou até minha roupas que estão jogadas no chão. Escuto ele sair de dentro d'água, e logo sinto suas mãos segurar delicadamente o meus ombros e me virar para olhá-lo.

- Não foi isso que quis dizer, apenas... achei que fosse isso que diria... - Jonathan diz nervoso. - não quis dizer que você é...

- Não precisa mentir para que me sinta melhor. - falei chateada. - já estou acostumada a isso. - disse.

Tento me livrar de seu aperto, mas em vez de conseguir me livrar dele, Jonathan me envolve em seus braços.

- Solte-me. - ordenei.

- Não. - o mesmo respondeu determinado.

Me debato em seus braços tento me livrar de seu aperto.

- Sinto muito, mas não foi isso que quis que entendesse. - ele continua a falar. - apenas quis dizer que na teoria vampiros e lobos não se dão bem, pelo menos é o que dizem as histórias humanas. - disse.

Fico em silêncio.

- Porque acha que o consideraria meu inimigo? - perguntei com a voz baixa.

- Sou um vampiro. - Jonathan respondeu.

- E daí. - questionei. - Magnus é um feiticeiro e continua sendo meu melhor amigo, mesmo não sendo da mesma espécie que eu, até mesmo Raphael que era um vampiro, nunca se importou com isso. - digo. - sem falar do Simon... mesmo ele não se comportando como um vampiro normal, nunca deixei de gostar dele por ter sido um vampiro.

Ele me olha surpreso.

- Magnus é um feiticeiro? - Jonathan perguntou em choque e surpreso.

- Apenas prestou atenção nisso? - questionei. - dei apenas um exemplo a você para que entenda que não ligo para o que você é. - falei. - julgo apenas pelo caráter da pessoa e não pelo o que ela é. - digo. - se você tivesse duas cabeças, não o julgaria por isso.

Jonathan fica em silêncio.

- Sinto muito, fui um babaca por dizer aquilo. - ele falou. - não foi minha intenção magoá-la. - disse. - apenas achei que como sou um vampiro você... me consideraria um ini...

Não o deixei terminar essa maldita palavra, dessa vez quem beijou ele fui eu.

O beijo é urgente, mas fica calma rapidamente. Nos separamos pois comecei a ficar sem ar.

- Se disser que somos inimigos mais uma vez, jura pelo anjo que lhe bato. - ameacei fingindo estar brava.

Jonathan ri.

- É capaz de você se machucar. - o mesmo alertou com um sorriso no rosto.

Reviro os olhos e suspiro.

- Não te considero meu inimigo. - deixei claro.

Tomo coragem para contar que tive minha alma ligada a ele. Olhei em seus olhos dourados.

- Não quero que pense que é por essa razão em específico. - deixei claro. - mesmo que isso não tivesse acontecido, não significaria que o veria como meu inimigo, muito menos sua família.

Jonathan me olha sem compreender.

- Sabe que pode me falar qualquer coisa. - o mesmo falou. - confio em você. - diz.

Suspirei.

- Tem duas razões para não considerá-lo meu inimigo. - falei. - a primeira é bem óbvia... nunca trataria alguém diferente a mim, da mesma forma que já fui tratada, quando era mais nova. - falei. - eu contei por cima que sofri muito por ser uma caçadora e uma loba. - disse. - os Nephilim não me aceitaram muito bem por ser uma loba, eles sempre me julgaram por ser diferente. - contei. - e por essa razão que não julgo as características de uma criatura, mas sim, o que é ela faz, se ela for uma boa pessoa, não vejo razão em odiá-la, mas se ela for má, jamais terá o meus respeito.

Jonathan apenas observa o que falei.

- Entendi. - o mesmo falou. - notei a forma que você nos trata e como tratou Edmund. - disse.

- Não costumo ser dessa forma, mas a forma que ele falava comigo é da mesma forma que muitos caçadores falavam comigo, aprendi a nunca abaixar a cabeça. - falei. - sou muito boa de briga. - digo. - sei que escondi sobre minha existência, mas foi por cautela.

- Eu compreendo. - Jonathan falou. - e Edmund mereceu as suas patadas. - diz e ri.

Ri junto a ele.

- Qual é a outra razão? - Jonathan perguntou ansioso.

Fiquei séria e olhei para seus olhos.

- A segunda razão é que...

 

CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO...


Capítulo 26

Capítulo 28


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