Capítulo 28 - Lugar Secreto

 

Pov. Jonathan

 

- Qual é a outra razão? - perguntei na expectativa dela me falar.

Molly ficou séria e olhou nos meus olhos. Não estava entendendo muito a razão dela ter me falado aquelas palavras, mas significava muito para ela e cada palavra que a mesma tinha falado, eram verdadeiras. Espero pacientemente para o que ela for me contar.

- A segunda razão é que... - Molly hesita por alguns minutos, a mesma está tensa.

- Ei... - chamo sua atenção. - pode me dizer o que quiser, não vou atirar pedras em você. - falei tentando dissipar a tensão. - é uma pessoa boa e acredito no que acabou de dizer. - e entendo porque não nos contou que é uma loba, estava no direito de não querer nos contar.

- Não sou perfeita. - a mesma falou melancólica.

- Bom... para mim, você está sendo perfeita. - falei. - mesmo você sabendo o que somos, nunca me julgou ou apontou o dedo. - disse. - e você sabe que Jacob é um lobo e namora a minha irmã. Então, não sei qual é a sua preocupação. - argumento.

Molly suspirou.

Apenas dela está sendo relutante em me dizer. Entendi que o que passou, quando era mais nova, a tornou insegura. Ela olha em meus olhos e...

- Tive minha alma ligada a você. - Molly falou de uma vez, sem quebrar contato visual.

Fico sem reação.

‘ - Ela teve a alma ligada a mim. - falo em minha mente, em choque com a revelação.’

Repito a mesma frase, várias e várias vezes em minha cabeça. Sei o que significa ‘Alma Ligada’, porque ela tinha contado ontem, quando Seth contou que havia sofrido ‘Imprinting’ com a irmã dela, Sol. Molly contou que sua irmã teve a alma dela ligada ao mesmo e nos explicou o que significava aquele termo e as suas diferenças. Aquilo tinha me deixado deprimido e sem esperança, por achar que ela nunca ficaria comigo, mas agora o destino está dando um tapa em minha cara.

- Eu sinto muito. - Molly sussurrou, o que me tirou do transe. - não tive como controlar isso, não queria que ficasse amarrado a mim dessa...

Não a deixou terminar, puxo seu corpo para o meu e cubro seus lábios com os meus, em um beijo urgente. Envolvo um dos meus braços em volta de sua cintura repousando uma das minhas mãos, trago a mesma para mais perto de mim. Já a outra mão, coloquei em seu rosto e apenas me separo, quando percebo que Molly está ficando sem ar. A mesma me olha intensamente.

Segundos se passaram até que algo passou em minha cabeça.

- O seu primeiro dia de aula. - sussurro me lembrando do dia. - você teve sua alma ligada comigo, naquele dia. - constatei.

Molly suspirou.

- Sim. - ela confirmou. - fiquei em choque quando aconteceu. - disse. - não… não sabia o que fazer ou o que dizer. - falou.

Franzi o cenho.

- Porque não me falou nada, quando soube que eu era um vampiro, ou quando já estávamos bem próximos? - perguntei.

Molly desvia seus olhos dos meus e já tinha a minha resposta.

- Tive medo que não me aceitasse, por ser uma loba. - ela respondeu com a voz embargada. - mesmo sabendo sobre o Jacob, fiquei com medo de contar a você e ser rejeitada. - disse. - não suportaria isso. - falou em desespero.

Uma lágrima derramou-se de seus olhos, limpo com o polegar e a abraço forte, afundo meu rosto na curvatura de seu pescoço. Ela me abraça de volta, encosta sua cabeça em meu peito.

Me afasto dela depois de um tempo. Olho em seus olhos verdes intensos e cheios d’água.

- Nunca vou te magoar ou te machucar, Molly. - falei sério. - sinto muito por ter pedido desculpa ontem, mas achei que ficaria chateada comigo, por tê-la beijado sem seu consentimento. - disse.

A mesma fica quieta.

- Não posso imaginar o que você passou quando era mais nova. - disse. - mas eu juro… que jamais faria ou farei você sofrer. - falei firme.

Molly suspirou.

- Sou uma tola, não sou? - a mesma perguntou, fechando os olhos em lamento.

- Não. - respondi beijando sua testa. - você não é uma tola, por se proteger emocionalmente. - disse sorrindo.

Ela abre seus olhos para me encarar.

- Eu me sinto atraída por você. - ela revelou. - muito… muito atraída. - sussurrou sem desviar seus olhos dos meus. - nunca me senti desse jeito antes, nem mesmo pelo Jace. - falou.

Torço o nariz, mas sei que ela não está nos comparando, apenas dizendo um fato e de certa forma me sinto feliz por ser o primeiro homem a quem ela se sente desse jeito.

- Também me sinto atraído por você. - disse. - também nunca me senti desse jeito, mesmo já tendo visto garotas e vampiras. - falei e a vejo torcer o nariz também, me contenho para não rir ou sorrir com isso. - desde que nos vimos, sempre me preocupo com você. - disse. - “no dia que chegou atrasada na escola.’ ‘hoje quando não foi ao colégio…” - descrevi. - estou apaixonado por você e sei que não é apenas pela ligação. - falei.

Ela me olha surpreso.

- A ligação apenas diz que sou sua. - Molly diz.

- E que eu sou seu. - falei sorrindo.

A mesma me olha séria.

- Bem... isso apenas se aplica em mim. - ela diz. - se você quisesse ser apenas minha amiga, seria apenas a sua amiga ou o que você quiser que eu seja. - falou.

A olho sério.

- Não quero ser apenas seu amigo. - falei e sorri. - quero ser seu companheiro. - disse decidido.

- Você quer? - Molly pergunta surpresa.

Apenas continuei com meu sorriso torto, seguro seu rosto com as duas mãos e dou-lhe um selinho demorado.

- Sim. - respondi, quando nos separamos. - vamos dar um passo de cada vez e para começar... - falei. - gostaria de saber se quer ser minha namorada? - perguntei olhando bem fundo de seus olhos.

Molly arregala os olhos em surpresas, a mesma fica em silêncio.

- Tem certeza? - ela perguntou. - antes de entrar nesse relacionamento, não quer saber dos meus defeitos? - questionou.

Ri.

- Prefiro descobrir por mim mesmo e amar cada um dos seus defeitos. - brinquei.

Ela sorri de lado.

- Sim. - a mesma diz.

Sorrio mais ainda, pego a mesma no colo e a rodopiou, ela começa a gargalhar.

- Jonathan me ponha no chão! - Molly mandou em meio aos risos.

Coloquei a mesma no chão e a beijei mais uma vez, mas dessa vez é ela que se separa e ficamos nos encarando até que…

- Acho melhor nos vestirmos. - Molly quebrou o silêncio e me olhando divertida.

Olho brevemente para seu corpo, a mesma está apenas de sutiã preto rendado sem bojo e em formato de triângulo e sua calcinha é da mesma cor com rendado. 

Volto a olhar em seu rosto e a mesma me olha com sorriso pervertido.

- Desculpa. - pedi constrangido por ter olhando demais.

Molly ri.

- Não se preocupe, me machuco muito quando caço demônios. - a mesma falou. - então, ficar de roupa íntima na frente de homens e mulheres, não me incomoda tanto. - disse dando de ombros.

Molly se afasta de mim e pega suas roupas que estão no chão, ela começa a se vestir e apenas a observo. Sinto algo molhado encostar em minhas costas, olho para trás e vejo que é Ártemis que me encara e que me parecia brava.

‘ - Opa! Fui pego no pulo. - murmuro em minha mente.’

Me seguro para não rir de mim mesmo. Vou até minha roupas e começo a me vestir.

- Ihhhhhh... - escuto um relincho.

Me viro para olhar as duas um pouco distantes de mim.

- Dá para ficar na sua. - escuto Molly falar irritada. - égua enxerida. - resmungou.

Ártemis faz charme, fazendo Molly rir e menear a cabeça.

- Acho melhor irmos. - falei. - o chalé dos meus pais não fica muito longe daqui, podemos ir lá para que possa secar seu cabelo. - disse me aproximando delas.

Molly me olha estranho.

- Não precisa se preocupar. - a mesma falou.

Reviro os olhos.

- Dá para deixar de ser teimosa, não terá ninguém lá. - falei. - sei que não ficará doente, mas por precaução... - não termino a frase.

Ela ri.

- Quando disse que não precisava, quis dizer que: não preciso de um secador para secar meu cabelo. - Molly disse.

- E como vai secar o cabelo, sem um? - questionei.

A mesma sorri, ela se afasta um pouco mais de mim e de Ártemis. Molly começou a balançar a cabeça de um lado para o outro e quando parou de sacudir a cabeça, seus cabelos estavam totalmente secos, assim como as roupas que estava levemente molhadas.

Olho chocado para ela.

- Como? - perguntei em choque.

- De forma parecida com respirar debaixo d’água, posso gerar calor ao meu redor para que meu corpo seque. - Molly respondeu sorrindo.

- Que maneiro. - falei impressionado.

Ela ri como uma garotinha sapeca, a mesma se aproxima de mim, mas não muito. Então, a puxei para meus braços e a apertei, fazendo com que ela gargalhasse. 

Beijo o topo de sua cabeça.

- Sabe... - comecei. - podíamos deixar nosso namoro entre nós dois. - sugeri.

Molly parou de rir e levantou a cabeça para olhar em meus olhos.

- Porque? - a mesma perguntou na defensiva.

Olho no fundo de seus olhos.

- Não é por isso. - disse já compreendendo que a mesma está pensando que não quero assumi-la publicamente nosso relacionamento. - apenas pensei em ficar entre nós dois para que ninguém se intrometa. Depois podemos contar para nossas famílias. - sugeri. - mas se quiser contar para eles, por mim tudo bem. - disse.

Ela ficou em silêncio por alguns segundos, parecia pensar no assunto.

- Tudo bem. - Molly concordou. - mas...

A mesma hesita.

- Mas... - incentivei.

- Alguns da minha família sabe que tive minha alma ligada a você. - ela rebelou. - quando tive minha alma ligada, liguei para Magnus para contar, fiquei sem saber o que fazer e queria a ajuda de alguém. - falei. - depois foram meus irmãos Liam e Troy, eles estavam preocupados comigo e acabei contando a eles.

- Tudo bem. - respondi.

Não estava preocupado com isso.

- Eles não são os únicos... - Molly falou. - meu pai também sabe. - disse. - tivemos uma longa conversa a alguns dias. - comentou. - ele está preocupado comigo também, desde a guerra maligna…

Molly parou de falar, não explicando muito.

- Guerra maligna? - então, perguntei.

- Uma longa história e que terei tempo para contar a você. - a mesma disse. - mas tem haver com meu primo, irmão da Clary. - falou.

Sorri para ela.

- Espero que me conte. - disse. - quero saber tudo o que já fez quando morava em New York. - falei.

Molly sorri minimamente, parecia sem jeito.

- Tudo bem. - a mesma concordou.

- Ihhhh! - Ártemis relinchou.

- Acho melhor irmos. - Molly falou olhando para a égua. - está ficando tarde, sua família deve estar voltando do colégio. - comentou.

- Então, vamos. - disse.

Nos afastamos, a mesma vai até a sua égua e sobe na mesma com maestria.

- Vem. Ártemis dará uma carona a nós dois. - Molly falou sorrindo.

A olhei incrédulo.

- Não se preocupe, Ártemis aguenta seu peso. - a mesma diz.

Fico desconfiado, mas cedo ao seu pedido. Vou até elas e subo na égua, envolvo meus braços ao redor da cintura de Molly.

- Não quer que eu conduza? - perguntei.

A mesma vira sua cabeça para me olhar.

- Uma das coisas que deve saber sobre mim, é que: nunca me perguntei isso, quando estivermos para andar a cavalo. - Molly disse. - amo fazer isso. - compartilhou a informação. - então, seria uma ofensa. - falou.

Ri.

- Tudo bem. Peço perdão pela minha falta de educação. - pedi em tom de brincadeira.

- Sem problemas. - Molly diz. - mas da próxima vez que me pedir isso, juro que lhe chutei seu traseiro. - ameaçou.

Ela vira para a frente e com um aperto leve ao redor da Ártemis, Molly faz a égua se movimentar.

Saímos da cachoeira e das árvores estreitas, quando estávamos em uma distância considerada do lugar e num campo mais aberto, Molly aperta mais ao redor da Ártemis e começamos a correr pela floresta. Ártemis é veloz, não tão veloz como um vampiro ou até mesmo um lobo, mas a mesma é bem rápida.

Levamos uns vinte a vinte e cinco minutos até onde nos encontramos mais cedo. Molly diminui a velocidade da égua e quando estávamos próximos, Ártemis para na clareira.

- Viu como minha menina aguentou você. - Molly se gabou.

Ri do seu jeito fofo de se exibir.

- É uma bela égua. - falei sorrindo.

Desço da égua e ajudo Molly a descer.

- Sabe que consigo fazer isso sozinha, não sabe? - Molly questionou com os dois pés no chão.

- Dá para me deixar ser cavalheiro. - finjo brigar com a mesma.

Roubo-lhe um beijo, o que a faz rir.

- Bobo. - Molly murmura.

Rimos até que de repente, escutamos a floresta se movimentar, conseguia escutar pessoas e um animal correndo ao nosso encontro, fico em alerta, assim como Molly e Ártemis.

- Molly... - chamo seu nome em aviso.

- Vampiros... - ela murmura com os olhos brilhantes. - e… lobisomem… - diz.

Fico um pouco surpreso com sua fala e reação.

- Não se preocupe, ficarei bem. - diz. - Ártemis... - chamou a égua que fica em alerta.

Quando os vampiros e o lobisomem estão bem próximos, vejo Molly pegar uma faca da bolsa que está em Ártemis.

- Laylah… - Molly diz o nome.

A faca brilha em dourado, quando as pessoas param e veem em nossa direção… ela atira a faca que crava na árvore com precisão. Ao reconhecer as pessoas, quando entraram no nosso campo de visão, nós relaxamos a nossa postura.

- Cacete. - Molly resmungou em um sussurro.

 

 

 

 

 

 

QUEM SERÁ ESSAS PESSOAS?


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