Pov. Molly
Agosto 17th, Quarta-feira - 5:49 am
Passei a noite toda acordada costurando as roupas para a cerimônia do Simon. Decidi parar quando notei que não tinha mais café na jarra. Então, peguei a jarra de café e sai do meu ateliê, desci as escadas indo para o closet. Notei que Tikki e Plagg dormiram em meu closet, ambos estão deitados em cima do sofá quadrado branco que tenho ali. Saí do quarto e desço as escadas, percebi que a luz da cozinha está acesa que até achei estranho, pois não me lembro de tê-las deixado acesas. Quando entrei na cozinha me deparei com Luna e Sol conversando baixo.
- Não deveriam estar no Canadá? - perguntei assustando as duas.
- P*rr@! - Luna exclamou. - quer nos matar do coração. - chiou com a mão no peito.
- Perdão. - pedi. - não era minha intenção assustá-las. - falei me segurando para não rir.
Vou até a cafeteira para fazer mais café.
- Mas porque voltaram mais cedo? - perguntei estranhando um pouco.
- Voltamos, porque vamos tentar mais uma vez achá-lo. - Sol respondeu otimista em encontrar a sua alma.
Me virei para encará-la.
- O que foi? Aconteceu alguma coisa? - Sol perguntou com o cenho franzido.
- Encontrei a sua alma. - falei sem enrolação.
Luna e Sol se entreolham para depois me olharem em choque .
- Como? - Luna perguntou.
- Bem... ontem fui para La Push, e... - hesitei em falar, pois me fez lembrar do beijo que Jonathan me deu e do pedido de desculpa.
- E...? - Sol perguntou em expectativa, ela sorria esperançosa.
- Um demônio apareceu e tive que contar o que somos para eles. - falei e respiro fundo para controlar minhas emoções.
- Essa não. - Luna murmurou em um sussurro, mas como minha audição é excelente, eu ouvi.
- Seth contou que sofreu um imprinting por uma loba e acabamos juntando dois mais dois. - falei olhando para a Sol.
Sol piscou algumas vezes sem acreditar.
- Acho que deveria encontrá-lo. - falei. - posso te dar o endereço da casa do Jacob, ou você pode simplesmente ir até a praia para encontrá-lo. - disse. - ou você pode perguntar onde é a casa do Clearwater. - murmurei.
Isso fez com que a mesma saísse do transe.
- Sozinha? - Sol perguntou apavorada já entrando em pânico.
- Não quer que eu vá com você, né? - Luna questionou a irmã. - me recusa a ser sua vela. - diz. - se acontecer algo é só jogar um raio de sol no olho dele. - falou.
- Luna! Não vou machucar a minha alma. - Sol repreendeu a irmã.
- É só uma ideia. - Luna se justificou dando de ombro.
Sol sorri e balança a cabeça de um lado para o outro.
- Vou tomar banho e me arrumar. - Sol falou saindo da cozinha animada.
- Já subo para te ajudar! - Luna gritou.
Ela olhou para mim preocupada.
- O que foi? - perguntei já me arrependendo de ter feito essa pergunta.
- O que mais aconteceu lá? - a mesma perguntou.
- Não aconteceu mais nada. - respondi e me virei para mexer na cafeteira. - além do demônio quase ter matado a Nessie. Nada mais aconteceu. - falei.
- Está mentindo. - Luna acusou. - sei que tem algo errado, deu para ver em seu olhar. - disse.
Senti que a mesma está mais perto, me virei para olhá-la.
- Aprendi a identificar quando está chateada ou triste com alguma coisa. - ela falou. - seus olhos perdem o brilho que sempre tem. - disse.
Suspirei me lembrando que Jonathan disse algo parecido.
- Acabei discutindo com um do membro da alcateia do Jacob, só isso. - falei dando de ombro.
Luna semicerrou os olhos.
- Isso não tem nada haver com seus olhos tristes. - Luna murmurou. - Jonathan fez ou disse algo que a deixou triste? - perguntou.
- Não... - respondi com um nó na garganta me segurando para não desabar.
- Sabe que não vou falar para os outros. Nem mesmo para a Sol. - a mesma falou.
Ri sem vontade.
- Você não guarda segredos dela. - acusei.
- Isso não é verdade. - Luna falou. - tem coisa que não contei para ela. - disse. - juro pelo anjo que não vou contar a ela. - jurou.
Suspirei.
- Jonathan me beijou. - contei.
Luna abra um sorrisão, ela comemoraria, mas...
- E depois pediu desculpa. - falei o que fez o sorriso dela murchar.
- C@cete. - Luna soltou um palavrão e resmungou algo em Chinês.
- Luna. - repreendi a mesma.
- Foi mal. - a mesma pediu desculpa. - mas como ele pediu desculpa? - perguntou.
Olhei para a mesma querendo entender que pergunta era aquela.
- Quero saber se foi uma desculpa tipo: o beijo foi ruim ou foi mal por tê-la beijado sem seu consentimento. - Luna explicou.
- Eu não sei, Luna. Ele apenas pediu desculpa quando o ar faltou para mim. - falei. - acho que não beijo bem. - murmurei dando de ombro
Luna me olha por uns minutos como se eu tivesse um olho em minha testa.
- Molly acho que ele pediu desculpa, não por você beijar mal, mas sim por ter lhe beijado sem seu consentimento. - Luna falou.
Fiquei em silêncio.
- Mas não demonstrei que tinha ficado ofendida. - falei confusa.
Luna sorri.
- Irmã... Jonathan gosta de você. - a mesma diz. - dá para ver nos olhos dele que sente algo por você. - falou. - só um cego e você não perceberam isso ainda. - brincou.
- Eih. - falei ofendida.
- Mas é verdade. - a mesma diz.
Fiquei em silêncio.
- Não entendo porque é tão insegura. - Luna falou. - sabe... Sempre invejamos a sua coragem de querer seguir os passos da nossa mamãe. - disse o que me deixa surpresa. - nunca quis caçar e matar demônios, não sou tão corajosa assim como você. - murmurou.
Desvio o olhar e suspiro.
- Não pensava que se sentia assim. - murmurei e penso em uma resposta para lhe dar. - nunca foi fácil me encaixar entre os Nephilim. - falei. - os únicos que me aceitaram do jeito que sou foram Alec, Izzy, Jace e Max. - disse. - além, do Magnus, Raphael, Tessa e Catarina, mas eles entendem o que sofri, pois é a mesma coisa que eles sofrem ou sofreram durante tantos século. - digo longe em pensamentos.
O silêncio se fez na cozinha até que o apito da cafeteira soa indicando que meu café ficou pronto.
- Acho melhor ir atrás da Sol e ajudá-la a se vestir. - falei pegando a jarra de café.
Dou as costas para Luna.
- Irmã... - a mesma me chamou, mas não me virei para ouvi-la.
Subi as escadas indo para meu quarto e me tranquei nele. Antes de ir para o meu ateliê, coloquei comida para Tikki e Plagg que sempre deixo no quarto quando preciso dar comida para eles. Vou para meu ateliê para terminar de fazer as roupas para a cerimônia do Simon.
_ Quebra de Tempo _
9:37 a.m.
Quando finalmente terminei de costurar as roupas. Decidi dormir um pouco, já que passei a noite acordada e estava cansada. Saio do ateliê e percebi que Tikki, nem Plagg estão em meu closet. Então, vou para meu quarto e os encontros em minha cama, suspirei aliviada em vê-los ali. Voltei ao closet para colocar um pijama confortável, fecho as cortinas e me deito na minha cama para dormir. Tikki e Plagg se juntam a mim para dormirem mais um pouco no quentinho.
Pov. Jonathan
7:27 a.m.
Terminei de me arrumar, depois de ter voltado da caçada. O tempo que passei no meu lugar secreto não ajudou muito. Quando fiquei pronto, fui para a mansão onde todos estão me esperando para ir para o colégio. Ao chegar na mansão, o carro do papai estava do lado de fora, dou um beijo na bochecha da vovó e entro no carro. Papai dá partida no carro e fomos para o colégio.
_ Alguns Minutos Depois _
Papai estacionou o carro na nossa vaga de sempre. Saí do carro e notei que o carro da Molly não estava na sua vaga.
- Pelo visto, Molly está atrasada. - minha irmã falou.
- Provavelmente. - respondi.
- Ou aconteceu alguma coisa. - tia Rose falou.
Olhei para a mesma preocupado.
- Não se preocupe, filho. Não deve ter acontecido nada de mais. - mãe falou tentando me acalmar.
Suspirei.
- Vamos para a aula. - tio Jasper falou para dissipar as minhas emoções.
Todos fomos para suas aulas.
_ Hora do Almoço _
1:08 PM
Saio da minha aula e vou para o refeitório. Molly não apareceu na aula de história e conclui que a mesma não veio para o colégio, ou está me evitando. Preferi pensar que ela está me evitando e por isso não apareceu na aula de história. Entrei no refeitório e vou à mesa onde meus tios e meus pais estão sentados.
- E aí. - falei um pouco desanimado.
Todos me olham preocupados.
- O que aconteceu com a Molly? - Nessie já chega perguntando.
Olho para minha irmã.
- Não faço a mínima ideia. - respondi com o cenho franzido. - porque? - perguntei.
- Não a encontrei em lugar nenhum. - Nessie falou. - fui atrás dela para fazê-la sentar-se conosco, mas não a encontrei. - diz.
- Ela não estava na nossa primeira aula. - mãe falou.
Todos me olham.
- Ela também não estava na aula de história. - falei.
- Hum... Então ela não veio mesmo. - tia Rose falou. - saímos mais cedo da nossa aula e não a vimos pegar nada para comer. - disse.
- O carro dela não está no estacionamento. - tio Emmett falou.
Todos o olham para o mesmo, inclusive eu.
- Passei pelo estacionamento na minha troca de aula, acho que era a terceira ou quarta aula. - o mesmo se justificou.
- Pelo visto Molly não veio mesmo. - tia Alice falou.
Me encolhi na cadeira.
“ - Talvez a culpa seja minha. - pensei.”
- Porque a culpa seria sua filho? - pai perguntou com o cenho franzido.
Aí me lembro que ele pode ouvir meus pensamentos.
- O que você fez? - Nessie questionou já me olhando brava.
- Bem...Quando a acompanhei até seu carro eu... eu a beijei. - confessei em um fio de voz, mas sei que eles me ouviram.
Todos ficam chocados com o que contei e antes que tio Emmett fizesse algum comentário desagradável.
- Quando percebi que tinha a beijado eu... Eu pedi desculpa. - falei.
- Você fez o que!? - as garotas exclamaram alto, chamando a atenção dos alunos para nós.
- Por que você pediu desculpa, seu idiota. - Nessie esbravejou me dando um tapa na nuca.
Resmunguei e prendi um rosnado.
- Pedi desculpa por tê-la beijado sem sua permissão. - me justifiquei esfregando minha nuca onde tinha recebido um tapa da minha irmã.
- Mesmo assim, você não deveria ter pedido desculpa. - tia Rosalie falou me olhando atravessado.
Ela não era a única que estava brava comigo, todas as mulheres presentes na mesa estavam me olhando feio, inclusive minha mãe. Não entendi o que tinha feito de tão errado.
- Não entendi o que fiz de errado. - confessei olhando confuso para elas.
Nessie me dá mais um tapa, mas dessa vez é no meu braço.
- Ai, Nessie! - exclamei e esfreguei minha mão em meu braço. - isso doí. - reclamei. - pare de fazer isso. - mandei.
- Quem é bom. É para doer mesmo - a mesma falou com raiva. - e você não manda em mim. - diz e mostrou a língua em um ato infantil.
- Filho... - mãe me chamou minha atenção e a olhei para ela. - Molly deve está achando com você por ter pedido desculpa. Ela deve achar que você não gostou do beijo. - falou me fazendo arregalar os olhos. - nunca se deve pedir desculpa a uma garota, quando se beija ela, querido. - diz sendo gentil.
Entro em desespero.
“ - O que foi que fiz? - me questiono em pensamento.”
- Primeiro: tente se acalmar. - pai falou, lendo meus pensamento desorganizados. - segundo: você foi afobado, mas de certa forma te entendo. - diz sendo sincero. - e não concordo com a atitude dele, apenas entendi a razão de ter pedido desculpa. - se justificou vendo o olhar das garotas sob si.
- Não dá para me acalmar. Molly nem veio ao colégio. - falei. - e tenho certeza que foi por minha causa, por minha culpa. - lamentei.
Ponho minhas mãos em meu rosto, sinto vontade de me estrangular pela minha burrice.
- Não seja dramático. - tio Emmett falou. - deve ter acontecido alguma coisa com a família dela, ou a mesma deve ter ido a New York matar ‘demônios’. - ele sussurrou a última palavra.
Tiro minhas mãos do rosto.
- Como pode ter tanta certeza disse? - questionei.
- Não tenho certeza. Apenas compartilhando fatos prováveis. - tio Emmett falou dando de ombro.
Choramingo mentalmente.
- Fique calmo, filho. - pai pediu.
Sinto uma calmaria me atingir, olho para tio Jasper que sorri amarelo, me levanto da mesa indo em direção a porta do refeitório que dá para o estacionamento. Não falei para eles para onde estou indo, apenas sai pois preciso ficar sozinho. Sem o olhar julgador deles. Enquanto corro para dentro da floresta, penso o quanto sou um idiota, por ter magoado Molly dessa forma, ela deve está me achando um FILHO DA MÃE... Sem coração.
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