E.A.: Capítulo 36 - Atrasados para a Aula

 

Pov. Jonathan 

 

22nd Agosto - segunda-feira, 12:04 AM

Assim que pulei a janela do meu quarto silenciosamente, saí correndo floresta adentro. 

 

~ Alguns Segundos Depois ~

 

Estou próximo a casa da Molly e antes de subir na sua sacada, agucei minha audição para ver se havia alguém da sua família próximo.

Com a barra limpa aterrissei na sua sacada sem fazer barulho, toquei na maçaneta e abri a porta, não vejo Molly na sala, mas escutei seus passos leves subirem as escadas.

Com minha velocidade vampiresca, vou até o amor da minha existência. E rodeio meus braços ao redor da sua cintura e enterro meu nariz na curvatura de seu pescoço aspirando seu perfume natural, isso fez com que se arrepiasse toda…

 

Pov. Molly 

 

22nd Agosto - segunda-feira, 12:05 am 

Estava subindo as escadas do meu closet quando sinto os braços gélidos de Jonathan me rodearem, ele enterrou seu nariz na curvatura do meu pescoço aspirando meu cheiro, me arrepiei toda pelo seu contato.

– Achei que não viriam. - sussurrei. 

Me viro para olhar em seus olhos cor de whisky. 

Jonathan sorri e beija a ponta do meu nariz. 

– Jamais deixaria de vir ficar com você. - sussurrou. - estou apenas atrasado. - diz. 

Sorri para ele. 

– Sem problema. - disse. - estava indo dormir. - murmurei. 

– Desculpa a demora. - ele pediu. - os Denali chegaram mais cedo e perdi a noção do tempo. - se justificou. 

Arregalei meus olhos e me afastei do mesmo. 

– Você está com visitas em casa?! - questionei um pouco exaltada. - porque veio? - perguntei. - era só me mandar mensagem que… 

Jonathan não me deixa concluir a frase, pois ele me calou com seus lábios. Apenas nos separamos por estar quase sem ar, minha respiração é pesada. 

– Não precisa se preocupar, minha família dará conta de distraí-los. - Jonathan murmurou próximo aos meus lábios. 

Não respondi e ele me deu um selinho. Tombei a cabeça para o lado. 

– Tem certeza que não tem problema? - perguntei aflita. 

Jonathan sorriu, beijou minha bochecha e me abraçou. 

– Não se preocupe, amor. Eles sobreviveram sem mim. - ele sussurrou. - além do mais, a sua companhia é melhor do que a deles. - murmurou. 

– Só se for meus roncos. - falei em deboche. 

Jonathan levantou uma sobrancelha. 

– Você não ronca. - o mesmo falou me olhando torto.

Sorri e lhe roubei um beijo. Me afasto dele e subo as escadas. 

– Tenho algo para você. - murmurei. 

Subi as escadas e vou até o meu ateliê, pego uma caixa preta com patinhas de gato em verde neon, dentro da caixa tem um presente que fiz para o Jonathan.

Saio do ateliê e encontro ele no topo da escada. 

– Espero que goste. - falei. - posso fazer os ajustes depois, mas fiz a algum tempo pensando em você e mesmo que não seja útil. - digo.

Jonathan se aproxima de mim e pega a caixa das minhas mãos, ele abre a tampa da caixa e me olha surpreso. 

– Sei que não dorme, mas achei que poderia ficar confortável quando ficasse aqui. - murmurei. - fiz o pijama pensando em você… e… 

Não terminei de falar, Jonathan veio em sua velocidade vampiresca e beijou minha boca. Nós nos separamos e ele olhou em meus olhos. 

– Eu amei o pijama. - Jonathan sussurrou próximo aos meus lábios. 

– Jura? - perguntei em um sussurrei sem desviar meu olhar.

Jonathan sorri e beija a ponta do seu nariz.

– Eu te amo. - o mesmo murmurou. - e vou amá-la por toda a nossa eternidade. - diz. 

Meu olhos ardem, rodeio seu pescoço e beijo sua boca apaixonadamente até perder o fôlego. 

– Eu te amo. - murmurei sorridente. 

Dou-lhe um selinho. Jonathan ri. 

– Vou me vestir. - o mesmo diz. - acho melhor você ir dormir e descansar, amanhã é um novo dia e temos aula. - falou. 

Sorri. 

– Te espero na cama. - falei e pisquei para ele. 

Vou para minha cama, vejo Tikki e Plagg embolados em sua caminha. 

Desfaço a minha cama e antes que suba na mesma, sinto os braços de Jonathan rodeou seus braços ao meu redor me erguendo, o mesmo nos joga na cama e começa a fazer cócegas em mim. Gargalhei desesperadamente até que ele parou para que eu respirasse.

Ponho as minhas mãos de cada lado de seu rosto, fazendo com que ele olhasse para mim.

– O que foi? - Jonathan perguntou sorrindo. 

– Nada… - falei. - apenas admirando a vista. - disse. 

Jonathan riu.

– A minha vista é bem melhor. - o mesmo garantiu com sorrisinho safado.

Ri.

– Bobo. - murmurei e lhe dei um selinho, mas não contentando com apenas um selinho, Jonathan aprofundou nosso beijo. 

 O beijo é calmo e profundo, o mesmo nos vira e fica em cima de mim, me puxando para mais para si. Nós nos separamos para que pudesse respirar. 

– Eu te amo. - Jonathan sussurrou com os seus lábios próximos aos meus e com os seus olhos fixos aos meus também. 

Não desvio meu olhar dos seus. 

– Também te amo. - murmurei em um sussurro rouco. 

Isso bastou para unirmos nossos lábios mais uma vez, o beijo é ardente e desespero. Infiltrei meus dedos em seus cabelos e os puxei levemente. Jonathan põem uma de suas mãos em minha cintura e aperta sutilmente, seu toque me fez soltar um gemido ainda com nossos lábios conectados. Para que tenha mais conta ao seu corpo, envolvi minhas pernas ao redor de sua cintura e trago o quadril dele para mais próximo do meu corpo, sinto algo duro contra meu ventre, gemia em satisfação.

Jonathan se afasta de mim em sua velocidade vampiresca, com a respiração pesada e acelerada, me apoio em meus cotovelos para olhá-lo. Ele está agarrado ao batente da porta que dá para o closet, seu peito sobe e desce violentamente como se estivesse sem ar, o que não é o caso. 

– Eu sinto muito. - Jonathan murmurou baixo. 

Se eu não fosse uma loba não teria ouvido sua voz. Olho para ele sem compreendê-lo.

Um estalo soa em minha mente, o que me faz me encolher minimamente. 

– Fiz algo de errado? - perguntei em um sussurro. 

Ele me olha nos olhos e eu desvio, não suportaria olhar para eles. 

– O que? - Jonathan questionou. 

Fico perdida. 

– Acho melhor você ir para casa. - falei me segurando em não chorar em sua frente. - nós nos vemos amanhã. - murmurei. 

– O que! - exclamou. - eu… - ele fica perdido. - você não fez nada de errado. - diz em um tom de voz desesperado. 

Respiro fundo. 

– Então porque se afastou desse jeito… - questionei e não consegui segurar as lágrimas que ardem meus olhos. - droga! - esbravejei fungando me sentando na cama e passei minhas mãos em meus olhos para despistar as lágrimas teimosas que insistem em cair. 

Sinto uma mão gelada envolver meu tornozelo e me puxar para a beira da cama. Afasto minhas mãos do meu rosto, não olho para Jonathan, sabe que é ele. 

– Você não fez nada de errado. - o mesmo diz. - por favor. Olhe para mim. - suplicou. 

Faço um tremendo esforço para olhar em seus olhos. 

– Não quis te magoar. - ele sussurrou. - eu apenas… - hesita. 

– Você apenas? - perguntei com a voz rouca e em um tom baixo.

Ele suspirou. 

– Não posso perder meu controle com você. - ele diz. - não estou pronto para dar esse passo, ainda. - confessou. 

Quando tudo fez sentido foi como se um peso enorme caísse dos meus ombros.

Toco seu rosto. 

– Eu é que sinto muito. - digo fazendo um leve carinho em sua bochecha. - achei que tinha feito algo… 

– Não… - Jonathan me interrompe. - eu amo você. E não me imagino minha existência sem você ao meu lado. - se declara. - apenas não estou pronto para ir mais além do que uns beijos. - confessou. - sinto muito pela minha reação, mas não foi algo tão bem pensado. - fiz. 

Fico em silêncio. 

– Eu entendo. - murmurei. - e sinto pela minha atitude. - falei um pouco constrangida pela primeira vez na vida. Tão meus olhos. - isso é embaraçoso. Nunca me senti assim. - digo. 

Ele ri. 

– Somos dois. - Jonathan diz. - nossos hormônios estão a todo vapor. - debocha. 

Resmunguei e bati em seu ombro pela brincadeira boba. 

Suspiramos. 

– Você não quer que eu vá embora, né? - Jonathan perguntou aflito. 

Ri. 

– Não. - sussurrei. - mais acho melhor você tomar um banho. - digo.

Ele me olha com o cenho franzido.  

– Seu cheiro está deixando minha loba agitada. - falei. 

Vejo compreensão em seu olhar. 

– Certo. - Jonathan murmurou. - vou tomar um banho. - diz e sai em disparada porta a fora. 

– Tem toalha no banheiro e cueca lacrada e lavada na última gaveta da minha cômoda. - falei em tom moderado, sabendo que ele me ouviria. 

Não esperei por uma resposta sua. Suspirei e decidi me ajeitar na cama. Vou para debaixo do edredom, me ajeito de forma confortável na cama. Olho para o relógio e era quase uma hora da manhã. 

Respiro fundo para me acalmar e poder dormir, apesar do cheiro dele estar por toda a minha cama. Me viro e ponho meus braços debaixo do travesseiro. Escuto o som do chuveiro ligado e adormeço. 

 

Pov. Jonathan 

 

12:55 AM

Saio do quarto deixando Molly deitada em sua cama. Desci as escadas indo direto para o banheiro tomar um banho.

Antes de entrar no banheiro escuto sua voz… 

Tem toalha no banheiro e cueca lacrada e lavada na última gaveta da minha cômoda. - dizer em um tom de voz normal. 

Não respondi para não precisar falar em um tom alto. Vou até onde ela falou que estava a toalha, peguei uma e a deixei em cima do box do banheiro. Nunca tinha entrado em seu banheiro antes, ele é enorme e bem decorado. 

O banheiro da Molly é todo cinza, tem dois tapetes em tons de cinza e azul, no box tem dois chuveiro que me deixou na dúvida de qual usar. A pia do banheiro possui duas cubas, além disso há uma banheira grande. Olho para o espelho do banheiro e vejo várias joaninhas coladas no vidro, achei fofo. 

Deixo de analisar o seu banheiro e vou até o chuveiro tomar uma ducha. Demorei um tempo considerável e tenho certeza que Molly deve ter dormido nesse meio tempo. 

Fiquei pensando no que quase fizemos a alguns minutos atrás, quase perdi o controle e fiquei tão preocupado em machucá-la fisicamente que não pensei que ao me afastar, causaria aquele sentimento de rejeição nela, me dilacerou vê-la com os olhos cheios d'água, não queria ter causado aquele tipo de sentimento. Isso me fez lembrar do Valentim. 

– O que aquele desgraçado fez com você? - perguntei em voz alta para mim mesmo, sabendo que não obteria uma resposta. 

Suspirei e desliguei o registro. Saí do box com a toalha enrolada em minha cintura, me sequei rapidamente e volto a toalha ao redor da minha cintura para poder sair do banheiro. Vou para o seu closet e vou até a cômoda pegar uma cueca, escolhi uma cueca box cinza escuro que estava no pacote, senti o cheiro perfumado do sabão e fiquei surpreso, visto a peça de roupa e comecei a secar meu cabelo com a toalha, visto com o mesmo pijama. Fiquei um tempo em seu closet e decidi me juntar a minha menina. Subi as escadas em minha velocidade vampiresca indo para o quarto. Ao entrar, vejo que Molly está dormindo, a sua respiração é leve, não parecendo estar dormindo profundamente. Me aproximei da mesma e me deitei ao seu lado, mas isso a fez acordar…

 

Pov. Molly 

 

1:15 AM

Sinto uma movimentação em minha cama, abri com dificuldade meus olhos e vejo um silhueta, não consegui identificar que é por conta do sono, levo minha mão na direção da pessoa e quis bater na minha cabeça por não ter reconhecido o Jonathan. 

– Desculpa. - ele pediu. - volte a dormir, joaninha. - sussurrou. 

– Dorme comigo. - sussurrei sonolenta. 

Ele ri. 

– Você está bêbada de sono e está falando coisa com coisa. - Jonathan murmurou divertido. - esqueceu que sou um vampiro e que eu não durmo. - disse. 

– Eu sei. - falei ainda sonolenta. 

Pego em sua mão e o puxo para ficarmos na posição de conchinha. Jonathan se ajeita na posição que eu queria ficar. 

– O que está fazendo? - ele perguntou. 

– Deita a sua cabeça nas minhas costas da forma mais confortável para você. - falei. 

 

~ Silêncio

 

– Molly…

– Agora. - mandei não deixando o mesmo protestar. 

Sem opção, Jonathan se ajeita e rodeia seu braço direito ao meu redor. Ele deitou sua cabeça em minhas costas, próximo ao meu pescoço. Sinto sua respiração bater em minha nuca. 

– Porto. - Jonathan murmurou. 

Bocejei. Agarrei sua mão e entrelacei nossos dedos. 

– Agora quero que feche os olhos e relaxe. - sussurrei. 

– Tudo bem. - Jonathan respondeu em um tom baixo, próximo ao meu ouvido. 

Com ajuda de um dos meus talentos, faço Jonathan relaxar, seria como se ele dormisse. Não sei se meu truque deu certo, pois logo, cai no sono. 

 

Pov. Narradora 

 

AM

 

~ Música: DUA LIPA, Levitating - despertador ~

 

Jonathan dá um pulo na cama sentando-se atordoado, por conta da música da Dua Lipa. Ele ficou sem saber onde estava e onde estava. 

– Nhem… nhem… - Molly resmungou por causa da música, mas não acordou. 

Jonathan olha para seu lado esquerdo, onde uma Molly está dormindo com seus cabelos ruivos esparramados no travesseiro. Ele começou a piscar várias vezes e olhou ao seu redor notando que não estava em seu quarto, mas sim no quarto da Molly. Lembranças da noite passada invadem sua mente. 

– Nhem… - Molly resmungou mais uma vez. 

Ela se vira com os olhos fechados, a mesma estica seu braço na minha direção do Jonathan e acaba batendo sua mão em seu braço esquerdo, isso fez com que ela franzisse o cenho e abriu os olhos rapidamente. Molly olha nos olhos dele para depois se esticar para desligar o despertador. Ela voltou para a posição anterior, mas agora a mesma deitou agarrada ao travesseiro. 

– Deita mais um pouquinho. - Molly murmurou com a voz rouca e de olhos fechados. 

Ainda atordoado, Jonathan apenas olha para ela. 

– Como fez isso? - ele questionou a mesma. 

Molly abriu um dos seus olhos. 

– Fiz o que? - Molly perguntou. - desligar o despertador? - questionou sem entender do que ele estava falando. 

Jonathan se mexe na cama e fica em cima dela. 

– Como você me fez dormir? - Jonathan perguntou. 

Ele não estava bravo com ela, mas queria saber como sua amada tinha o feito dormir. 

Molly fica em silêncio por um tempo, até que ela se vira na cama para ficar cara a cara com ele. 

– Bem… - Molly suspirou antes de explicar. - é um dos meus talentos. - diz. - não sei explicar como eles funcionam, mas consegui deixá-lo bem relaxado a ponto de desligar sua mente. - murmurou. 

Jonathan olhou para ela perplexo. 

– Eu não sei como isso funciona exatamente. - Molly diz sem jeito. 

Ele sorri para a mesma. Jonathan pressionou seus lábios nos seus, o beijo começou calmo, mas rapidamente se tornou ardente. 

Eles se separaram e ficaram olhando um para o outro. 

– Acho melhor eu ir. - Jonathan murmurou. 

Molly faz biquinho. 

– Tem mesmo que ir? - ela perguntou com a voz manhosa. 

Jonathan ri. 

– Tenho. - ele respondeu. - minha família deve estar preocupado comigo. - diz. 

Molly suspirou. 

– Tudo bem. - ela diz. - te vejo depois das aulas? - perguntou.

Jonathan franziu o cenho, mas logo sorriu. 

– Não. - ele respondeu. 

Isso entristeceu Molly. 

– Te vejo no colégio. - Jonathan falou. 

Ela franziu o cenho e vira a cabeça na direção da janela, onde poucos raios de sol escapavam pela cortina. 

– Mas está sol. - Molly murmurou. - achei que os humanos não podiam olhar sua pele brilhar. - diz. 

Jonathan sorriu. 

– Não tenho problema com o sol e minha pele não brilha. - o mesmo falou. 

Molly olha para ele chocada. 

– Como? - a mesma perguntou. 

– Meu dom. - Jonathan respondeu. - ele permite que eu mude o clima. - disse. - posso criar tempestade, chuva, dias ensolarados… - falou. - mas não posso mandar a chuva de uma cidade para outra cidade. - explicou. - com isso o sol não me afeta, não faz minha pele brilhar. - contou. 

– Nossa. - Molly murmurou chocada. 

Jonathan riu. 

– Você não é a única com poderes incríveis. - ele diz. 

Os dois começam a rir. 

– Acho melhor levantarmos. - Jonathan murmurou. 

– Não… - Molly resmungou fazendo biquinho. 

Isso fez Jonathan rir do jeito manhoso dela. 

– Vamos porque se não vamos nos atrasar para a escola. - o mesmo diz se levantando de cima dela e saindo da cama. - além disso, alguém terá que me dar carona. - murmurou sorrindo ladino.

Molly suspirou. 

– Tudo bem. - a mesma diz de má vontade. 

Ela olha para o relógio para ver a hora. 

– Pelo Anjo! - Molly exclamou. - estou muito atrasada. - resmungou. 

A mesma se levantou em um pulo quase caindo da cama, mas Jonathan a pegou antes de cair.

– Calma. Vai acabar se machucando. - Jonathan disse e beijou a ponta de seu nariz.

– Jonathan! - Molly exclamou.

Ele riu do desespero dela.

– Não se preocupe. - Jonathan diz. - não estamos tão atrasados assim. - murmurou.

Molly revirou os olhos.

– Vou escovar meus dentes. - ela murmurou se desvencilhando dos braços dele.

Molly desce as escadas do quarto indo para o banheiro escovar os dentes. Jonathan desce as escadas e vai até o banheiro observá-la.

– Porque duas cubas? E dois chuveiros? - Jonathan perguntou.

Molly cospe a espuma da boca e olha para o mesmo. Antes de respondê-lo, ela termina de escovar os dentes.

– Todos os quartos tem. - Molly respondeu. - mas é mais por causa de que cada pessoa pode ter seu espaço. - explicou.

Jonathan a olhou torto.

– Mas você não tinha um namorado antes. - ele argumentou.

Isso fez Molly sorrir pelo tom enciumado dele, ela secou as mãos e se aproximou do mesmo.

– Não se preocupe. - ela murmurou. - você sabe muito bem que nunca tive ninguém na minha vida que não seja minha família e amigos. - disse. - você é a única pessoa que me interessei. - falou.

Jonathan beijou a boca da Molly e a prensou no batente da porta. Ela solta um leve gemido e põem a mão no peito dele para que o mesmo se afaste. Ele olha nos olhos dela.

– Fiz algo errado? - Jonathan perguntou preocupado em tê-la machucado.

– Estou bem. - Molly respondeu com a voz ofegante por conta do beijo. - acho melhor pararmos. - diz e sorri. - você está acendendo minha loba. - falou.

Jonathan percebe o que Molly está querendo dizer.

– Desculpa. - ele pediu.

Molly sorriu do seu jeito fofo.

– Não peça desculpa. - a mesma mandou. - seu cheiro fica mais acentuado quando está excitado. - murmurou sorrindo maliciosa.

Jonathan fica sem jeito e para disfarçar ele aspira o cheiro dela. Ele nota que seu cheiro ficou mais chamativo, o mesmo olha dentro dos olhos verdes dela.

– Jonathan… - Molly chamou fazendo ele sair do transe. - você está bem? - perguntou.

– Sim… - ele respondeu confuso.

– Ah! Ah! Ah! - Molly dá risada. - você só percebeu meu cheiro agora né? - pergunto.

Jonathan fica sem jeito e sorri amarelo.

– Desculpa. - ele pediu.

– Tudo bem. - Molly murmurou e sorriu.

Ele suspirou.

– Preciso ir. - Jonathan diz. - se não nós dois nos atrasaremos. - falou.

– Você tem razão. - Molly murmurou. - nos vemos no colégio? - perguntou.

Jonathan sorriu.

– Antes disso. - o mesmo respondeu. - precisarei de uma carona para ir ao colégio. - disse.

– Ahahahah! - Molly dá risada. - certo. Eu busco você. - diz.

Jonathan lhe dá um selinho.

– Te vejo daqui a pouco. - ele diz. - vou deixar o pijama aqui para usar toda vez que vir aqui. - falou.

– Boa ideia. - Molly falou. - assim você vem mais vezes aqui também. - murmurou.

– Ahahahah! - Jonathan riu e puxa ela para mais um beijo. - nos vemos já. - murmurou.

Jonathan se mudou de roupa no andar de cima. Molly se despediu dele, que saiu pela sacada tomando cuidado para não ser pego pela família da mesma.

 

Pov. Molly

 

6:48 am

Assim que Jonathan foi embora, decidi ir tomar banho para acalmar meu corpo, tomo banho rapidamente por estar muito atrasada. Saí do chuveiro enrolada na toalha, me sequei rápido para me trocar. Vou para o closet e escolhi uma calça branca e um cropped da mesma cor e de gola alta, apesar de não usar a cor branca por representa a morta na cultura, me olhei no espelho e estranhei a cor, a última vez que vesti branco foi alguns dias depois da guerra maligna. Voltei para o armário onde ficam meus casacos e jaquetas, escolhi uma casaco estilo jogador de futebol, ela ficou grande no meu corpo proporcionalmente, o blusão é verde e branco, tem a letra ‘R’ estampado em branco, peguei um dos meus All Star verde de um tom parecido com a d meu casaco. Vou para o banheiro e faço uma make leve, arrumo meu cabelo e fiz uma trança embutida rápida, pois já estava muito atrasada. Peguei meu material escolar antes de sair do quarto juntos com meus gatos, Tikki e Plagg.

 

7:32 AM

Desci as escadas indo para a cozinha, coloquei comida para meus gatos e depois vou para a sala de jantar para tomar café.

– Bom dia. - desejei.

Peguei uma maçã na cesta da mesa e guardei na bolsa.

– Está atrasada. - papai murmurou.

Senti seu olhar sobre mim.

– Eu sei. - respondi sem olhá-lo. - fiquei acordada até tarde. - murmurei.

Meu celular vibrou em cima da mesa, enquanto colocava café na xícara e tomei um gole, olhei rapidamente e vi uma mensagem do Jonathan.

 

De: Jonathan

Para: Molly

 

Bom dia, Molly!

Você poderia vir me buscar? 

Sei que está em cima da hora, mas está fazendo sol e sou o único que vai à escola. 

Minha irmã passou a noite em La Push, então deve ter ido para a escola.

 

– Acho que não sou a única atrasada. - falei rindo ao ler suas mensagens.

– Como assim? - Tia Cora perguntou.

– Jonathan me perguntou se posso passar na mansão para buscá-lo. - falei.

Agora sinto o olhar de todos sob mim.

– Mãe tem alguma garrafa térmica em casa que possa levar café? - perguntei olhando para a mesma.

Mãe apenas olhou para mim.

– Tem. - a mesma respondeu. - no armário das xícaras na última prateleira. - falou.

– Beleza. - murmurei.

Peguei meu celular para responder a mensagem do Jonathan enquanto vou para a cozinha pegar a garrafa térmica para por meu café, peguei uma e passei água nela. Voltei para a sala de jantar e coloquei uma boa quantia de café na garrafa, coloquei um pouco de canela e leite. Para forrar o estômago, peguei dois muffin com gotas de chocolate e dois cookies de chocolate para viagem.

– Tenho que ir. - falei mandando beijos no ar para minha família.

– Boa aula. - mãe desejou.

– Vai perder a primeira aula. - Tio Derek falou.

– Obrigada, mãe. - agradeci em um tom alto. - obrigada, Tio. - digo com ironia e alto.

 

7:54 AM

Decidi ir com a minha Porsche 911 Carrera vermelha, ponho o copo de café no suporte e como um pedaço do meu muffin. Dou partida no carro e saio da garagem indo para a mansão dos Cullen sabendo que perderíamos a primeira aula.

 

Pov. Jonathan

 

6:57 AM

Quando saio da casa da Molly. Vou para o chalé tomar banho para tirar o cheiro da Molly do meu corpo, estou muito atrasada para ir a escola. Quando terminei o banho, desliguei o chuveiro e saí do banheiro, fui para o closet e escolhi uma camisa branca e calça jeans, apesar de não estar frio escolhi uma camisa verde musgo, pego o All Star todo preto e diferente. Voltei ao banheiro para ajeitar meus cabelos.

 

7:27 AM

Saí do chalé com minha mochila. Com minha velocidade vampiresca, vou para a mansão falar com a minha família, já que tinha saído no meio da noite sem dar satisfação. Quando cheguei na mansão, percebi que tinha apenas uma pessoa dentro da casa. Achei estranho, subi as escadas da frente da casa e entrei dentro de casa dando de cara com a vovó sentada em uma poltrona.

– Pelo visto, sua noite na casa da Molly foi boa para se atrasar tanto para ir ao colégio. - a mesma murmurou.

Fiquei perplexo com o que ela acabara de dizer e olhei para a mesma.

– Do que está falando vó? - perguntei disfarçando. - fui apenas caçar. - falei mentindo onde realmente passei a noite de ontem.

Vovó se levantou da poltrona.

– Você pode enganar os outros, mas a mim você não engana. - a mesma diz me olhando séria.

Suspirei derrotado.

– Vó… você não pode contar para ninguém. - pedi desesperado.

– Tudo bem. - ela murmurou. - mas quero saber. - diz- me olhando para mim.

– Molly e eu estamos namorando. - falei e suspirei.

Vó olha para mim surpresa.

– Achei que estava apenas indo até a casa dela para vê-la dormir. - ela confessou olhando para mim.

Resmunguei.

– Estamos juntos desde o dia em que nos encontramos na clareira. - falei e sorri. - nós conversamos bastante e levei ela em um lugar especial. - contei.

– Hum… - Vó murmurou. - mas porque estão se escondendo? - perguntou.

– Vó é uma coisa que queremos deixar apenas entre nós dois. - falei olhando para ela. - é divertido assim. - digo.

– Certo… - Vó murmurou e sorriu. - mas creio que essa ideia não partiu de você e sim dela. - diz.

Suspirei.

– É complicado, vó. - murmurei. - mas… nós nos beijamos e Molly me contou que no primeiro dia de aula teve sua alma ligada a mim. - contei.

Vovó arregalou os olhos.

– Isso significa que… - ela não concluiu seu pensamento.

– Sim, vó. - falei e sorri. - ela e eu temos uma ligação, assim como Jacob e Nessie ou o Seth e a Sol. - digo.

Ela sorri para mim.

– Isso é maravilhoso. - a mesma diz. - mas ainda não entendo porque estão escondendo o relacionamento de vocês. - falou.

Hesitei em contar, mas precisava de conselho.

– Acho que tem haver com o que Valentim fez a ela. - falei com raiva, mas preocupado.

– O que aquele homem fez com ela não tem perdão. - Vó falou. - mas uma coisa que pode fazer é sempre ajudá-la a lidar com as palavras psicológicas que aquele monstro disse a ela. - aconselhou. - sempre esteja disposto a ouvi-la e não insisti no assunto, quando ela quiser falar sobre o Valentim, ela vai procura você. - disse.

Sorri.

– Obrigada, vó. - agradeci pelo conselho.

– Agora. Vá para a escola. - a mesma mandou. - você está muito atrasado. - falou.

Sorri amarelo.

– Não sou o único que está atrasado. - murmurei. - Molly e eu combinamos de ir a aula juntos, já que estávamos atrasados e eu seria o único a ir a aula. - falei.

Vó riu.

– Então, manda mensagem para ela. - a mesma diz sorrindo. - pelo visto perderam a primeira aula. - falou olhando para o relógio de pulso.

Olho para a hora no meu celular e vovó tinha razão, pois já são 7:45 a.m. e não daria tempo de Molly vir me buscar e chegarmos para a primeira aula.

 

De: Jonathan

Para: Molly

 

Bom dia, Molly.

Você poderia vir me buscar?

Sei que está em cima da hora, mas está fazendo sol e sou o único que vai à escolha.

Minha irmã passou a noite em La Push, então deve ter ido para a escola.

 

Enviei a mensagem. Minutos depois, recebi sua resposta.

 

De: Molly

Para: Jonathan

 

Beleza.

Já, já passarei para te pegar.

Talvez perderemos a primeira aula, porque também estou atrasada. KKKKKKKKKKKKK!

 

Ri.

– Do que está rindo? - Vó perguntou.

– Molly deve ter se enrolado e vai se atrasar para vir me pegar. - respondi.

– Hum… - vó murmurou.

olhei para ela.

– Cadê todo mundo? - perguntei estranhando a casa vazia.

– Eles foram caçar. - vó respondeu. - fique para trás para falar com você. - disse. - vou esperar Molly e você irem para escola para me encontrar com eles. - falou.

Fiquei tenso quando disse que ficaria.

– Não acho uma boa ideia ficar aqui, vó. - murmurei. - nosso namoro era para ficar em segredo. - falei.

– Tudo bem. Vou me encontrar com os outros. - vó diz. - mas tem que contar para ela que sei sobre vocês estão juntos. - falou. - se ela descobrir por conta própria, a mesma pode não gostar de ser a última a saber. - murmurou.

Suspirei.

– Você está certa, vó. - falei e algo passou pela minha cabeça. - como você vai esconder do papai que Molly e eu estamos juntos? - perguntei aflito.

Vovó apenas sorriu.

– Não se preocupe que sei esconder meus pensamentos do seu pai. - a mesma falou me tranquilizando.

– Certo. - murmurei mais tranquilo.

Vó veio até mim e beijou minha testa carinhosamente.

– Se comporte. - ela mandou.

Sorri para ela. Vovó sai de casa e vou junto com ela esperar Molly do lado de fora, enquanto vovó vai para trás da casa entrando floresta adentro para se encontrar com os outros.

 

8:01 AM

Escuto o som de um carro entrando na propriedade, logo vejo a Porsche vermelha da Molly parar em frente a mansão.

– Desculpa a demora. - ela pediu. - acabei me enrolando. - falou de um jeito teatral.

Sorri.

– Não se preocupe, não tem ninguém em casa. - falei olhando em seus olhos.

Molly piscou diversas vezes.

– Minha família foi caçar. - murmurei.

– Hum… - ela apenas murmurou.

Quando percebeu o que minha frase significava, a mesma saiu do carro se aproximando de mim. Ela beijou meus lábios, correspondi ao beijo sentindo gosto de café e chocolate.

– Temos tempo para a segunda aula. - Molly murmurou.

Ri da sua informação.

– Porque será? - questionei fazendo a mesma rir.

– Acabei me distraindo com um certo alguém. - Molly respondeu olhando para mim apaixonada.

– É mesmo? - questionei em um tom de brincadeira. - e quem seria essa pessoa? - perguntei.

Molly se aproximou de mim e beijou-me.

– Você está com gosto de chocolate e café. - acusei assim que separamos nossos lábios.

A bochecha da mesma ficou avermelhada.

– Não deu tempo de tomar café da manhã. - disse. - então, tive que trazer no carro algumas coisas para comer no carro. - Molly falou.

Olhei para ela preocupado.

– Não se preocupe, ainda tenho um cookie, dois muffin e muito café em uma garrafa. - a mesma falou. - além disso, guardei uma maçã na minha bolsa. - diz.

– Tem certeza que não quer entrar e pegar mais alguma coisa para comer? - perguntei olhando em seus olhos.

Molly sorriu.

– Não, obrigado. - a mesma agradeceu. - vamos, se não ficaremos aqui e esqueceremos de ir à escola. - murmurou.

– Tudo bem. - falei e retribui seu sorriso. - e você tem razão. - digo me referindo em esquecer de ir à escola.

– Você dirige. - Molly diz indo para a porta do passageiro, não respondi. - quero terminar de tomar meu café e comer meus docinhos. - murmurou.

Fiquei encarando ela.

– O carro precisa de um motorista para se locomover. - Molly diz ironicamente dentro do carro.

Com minha velocidade vampiresca, entrei dentro do carro. Antes de dar partida no carro escuto a risada dela ao meu lado, olhei para a mesma.

–  Porque está rindo? - perguntei com o cenho franzido.

– Da sua cara. - Molly respondeu.

– E o que tem nela? - questionei.

Olhei meu reflexo no retrovisor do carro para ver se tinha alguma sujeira, mas não tinha nada.

– Da sua cara animada. - Molly murmurou. - está muito animado para dirigir um simples carro. - comentou.

Fiquei sem jeito.

– Foi mal. - pedi. - apesar de ter carteira de motorista, quase não pego em um carro para dirigir. - falei.

– Porque não tem um carro? - Molly perguntou. - você dirige muito mal? - questionou em um tom de brincadeira.

A mesma toma um gole de café.

– Não. - respondi e ri.- dirijo muito bem. - falei.

Ela olhou para mim com a sobrancelha erguida.

– Ainda não encontrei o carro perfeito. - expliquei o motivo de não ter um carro. - às vezes pego o carro do meu pai ou do vovô, por não ter um carro e por não serem menos chamativos. - falei.

– Entendi. - Molly falou.

– Pelo visto você não teve problema em encontrar o carro perfeito. - falei rindo ao pensar em seus carros.

– Bom… tenho mais de um carro. - Molly diz. - já me apaixonei por cada um deles. - falei. - agora de partida para irmos, se não nós dois nos atrasaremos para o colégio. - murmurou comendo um dos muffin que está em seu colo.

Dei partida no carro e virei o carro para voltar para o mesmo caminho que a Molly veio. Não levou muito tempo para chegarmos no colégio. Olhei para o painel do carro para ver o horário e eram 8:37 a.m.

– Ainda temos tempo. - Molly diz tomando seu café.

– Nós temos. - falei e roubei-lhe um selinho

– Jonathan… - Molly brigou comigo por tê-la beijado.

– Não resisti. - falei e sorri.

– Aqui não podemos nos beijar. - ela diz. - alguém pode nos ver. - falou brava.

– Estão todos na sala. - falei para tranquilizar ela.

– Mas podem ter alguém fora da sala e podem ter nos visto. - a mesma diz.

Faço careta.

– Tudo bem. - falei. - não farei outra vez. - digo.

– Não me leve a mal. - Molly pediu. - se algum aluno nos ver vai espalhar para todos e isso chegará no ouvido da nossa família, eles não precisam ficar sabendo agora. - falou.

– Desculpa. - pedi. - não quis parecer chateado por recusar os meus beijos. - falei dramaticamente.

Molly ri.

– Desculpa, também. - Molly murmurou. - deveria ter sido mais gentil com as palavras. - falou.

Sorri e beijei a sua bochecha, ela vira a cabeça para olhar em meus olhos.

–  Você disse que não podia beijar sua boca, mas não disse nada sobre a bochecha. - falei me defendendo.

Molly começou a rir, a acompanhei até nós nos acalmarmos. Depois do episódio dos risos, suspirei.

– Preciso lhe contar uma coisa. - falei tenso.

– O que aconteceu? - ela perguntou.

Hesitei em lhe contar.

– Minha avó sabe que estamos juntos. - falei tenso.

Ela não respondeu, apenas me olhou no olhos

– Sei que está chateada. - quebrei  o silêncio horrível. - mas Esme…

Ela me interrompe.

– Como? - Molly perguntou.

– Bem… quando cheguei na mansão, ela estava me esperando e me confrontou dizendo que estava com você. - contei..

– Mas como sua avó descobriu? - a mesma perguntou querendo saber.

– Ela não acreditou nas minhas desculpas como os outros da minha família. - respondi. - minha avó é esperta e deve ter supondo que estamos juntos até ter certeza quando cheguei em casa. - falei.

Molly ficou em silêncio.

– Não se preocupe, ela não dirá nada para minha família. - garanti.

– Tudo bem. - Molly murmurou e sorriu. - não estou brava, nem chateada. - falou.

Sorri.

– E você, pode me beijar. - Molly murmurou sorridente.

Ri e puxei ela para um beijo demorado. Quando nos separamos ficamos nos encaramos.

– Temos que ir. - falei em um sussurro.

– Temos. - Molly respondeu.

Nos beijamos mais uma vez e saímos do carro. Molly está com sua garrafa térmica na mão.

– Ainda tem café? - perguntei.

– Não. - Molly respondeu. - mas vou lavar no banheiro e por água. - falou.

– Hum… - murmurei.

Molly ri e vamos para dentro da escola, fomos até os nossos armário pegar os materiais que deixamos neles.

– Pelo menos não perdi minha aula favorita. - Molly murmurou abrindo seu armário.

Abri meu armário para pegar minhas coisas.

– Hummm… tem uma coisa que me esqueci de te contar. - murmurei.

Molly fechou o armário e olhou em meus olhos.

– Desde quando vampiros esquecem as coisas? - perguntou em um tom baixo.

Ri.

– Não tinha me lembrado. - falei. - uma garota ruiva me distraiu, sabe. - murmurei.

– Bobo. - Molly diz. - e o que você esqueceu? - perguntou.

– Eu troquei meus horários de aula. - contei a ela.

Ela olhou para mim estranho.

– Então, você não terá aula de história comigo? - Molly perguntou indignada.

Ri do seu desespero.

– Não. - respondi. - quero dizer, vou. - falei me corrigindo. - mas todas as suas matérias são as mesmas que as suas. - falei.

Ela pisca algumas vezes.

– Como você conseguiu isso? - Molly perguntou.

– Meu avô doou uma quantia para escola e o diretor não viu problema em trocar meus horários. - respondi.

Ela olhou para mim em choque.

– O que dinheiro não compra. - Molly diz com ironia e revira os olhos.

Ri.

– Dinheiro não compra felicidade e amor. - respondi.

Molly olha para mim pelo canto do olho.

– Isso você tem razão. - a mesma murmurou. - vamos que tenho que lavar a garrafa para por água antes da segunda aula começar. - falei.

Assenti com a cabeça. Fomos até o banheiro, fiquei do lado de fora esperando ela sair.

– Pronto. - diz saindo do banheiro. - temos quanto tempo? - perguntou.

Olhei no meu celular para ver as horas e vi que faltavam dez minutos para a aula começar.

– Temos dez minutos. - respondi.

– Hum… - Molly murmurou tampando a garrafa térmica. - porque trocou os seus horários de aula? - perguntou.

– Para ficar perto de você. - respondi. - na verdade quem fez isso foi meu pai e fiquei sabendo depois. - falei.

– Uma coisa boa. - Molly murmurou. - para o futuro na verdade. - falei.

Ri e concordei com a cabeça.

Assim que fechamos nossos armários. O primeiro sinal tocou e rapidamente fomos para a sala de aula. Quando chegamos tivemos que esperar os alunos saírem da sala. Já com a sala vazia, Molly e eu entramos indo na direção dos nossos lugares.

 

~ Segundo sinal

O professor iniciou sua aula, falando sobre a revolução francesa.

 

Pov. Molly 

 

~ Sinal Tocou -1 PM, hora do almoço

Jonathan e eu saímos da sala. Fomos em nossos armários deixar os materiais que utilizamos nas aulas anteriores.

– Se soubesse que as aulas seriam um ‘P0rr3’ teria ficado em casa e dormido mais. - resmunguei.

Jonathan ri levemente da minha reclamação.

– Não tem como discordar de você. - o mesmo diz sorrindo.

Fechei a porta do meu armário. Fomos para o refeitório e ao passar pela porta praticamente todos os alunos olharam para Jonathan e eu. Resmunguei pela atenção que estou recebendo, escuto ele rir.

– Não acho isso engraçado. - sibilei.

Deixo ele para trás e vou para a fila do almoço, sinto Jonathan me seguir.

– Desculpa. - ele pediu. - uma hora isso passa. - diz.

– Até parece que nunca viram uma pessoa na vida. - falei de cara fechada. - nunca gostei de chamar atenção. - murmurei.

Jonathan sorri.

– Pense que eles estão olhando a sua beleza. - o mesmo diz, o que me faz olhá-lo de lado. - não que você precisa pensar isso, mas tenho certeza que eles sabem o quanto você está bonita com essas roupas. - falou desconcertado. - você fica bem de branco. - murmurou.

Torci discretamente o nariz. Não costumo usar branco até porque é a cor da morte para nos Nephilim, mas quando vi a calça branca no meu guarda roupa não resisti em não usar a peça de roupa, pus até um verde para disfarçar.

– Gosto de ser ousada em minha roupa. - falei. - claro que não nunca apareceria quase nua na escola, mas não vejo nada de mais em vir com a barriga um pouco de fora ou os ombros. - disse. - acho que a mulher poderia usar o que quiser, mas não tão exagerado. - murmurei.

– Concordo com o que você disse. - Jonathan falou.

Olhei para ele, desconfiada.

“ – Se eu falasse que pintaria meu cabelo todo de rosa. Você concordaria, Chaton. - insinuei.”

“ – Chaton? - Jonathan perguntou em minha mente.”

Sinto meu rosto esquentar e sei que estou corada. 

“ – Foi mal. - murmurei em pensamento. - não tinha percebido que tinha dado um apelido. - falei. ”

Jonathan sorriu. 

“ – Eu gostei. - Jonathan diz em minha mente.”

Olhei em seus olhos, buscando alguma chateação por ter lhe dado um apelido, mas sua expressão é neutra. Jonathan sorriu e vi ele se segurar para não me beijar na frente de todos.

Quando chegou nossa vez na fila do almoço, peguei o que queria comer, não dispensei um bom docinho e minha inseparável maçã vermelha. Jonathan pegou algumas coisas e que talvez me daria para não ser jogada fora. 

– Porque pegou água? - perguntei estranhando. 

– Para você por na sua garrafa depois. - ele respondeu em um tom baixo. 

– Hum… - murmurei. 

Pagamos pela nossa comida e fomos nos sentar do lado de fora, onde possivelmente nossa família estaria. Dito e feito, eles estão sentados conversando. Meu irmão Liam nota a nossa aproximação, o mesmo ficou surpreso em me ver.

– Achei que não viria à aula. - Liam diz espantado.

– Apenas perdi a hora. - falei dando de ombros.

Coloquei minha bandeja na mesa, assim como o Jonathan.

– Também achei que você não viria. - Nessie falou olhando para ele. - você desapareceu, deixando todos preocupados. - disse.

– Estava na clareira. - Jonathan respondeu, mentindo. - perdi a noção do tempo. - falou.

– Ele me ligou para buscá-lo. - falei. - e acabamos perdendo a hora por causa do atraso. - murmurei.

– Estava tão atrasada assim? - Luna perguntou olhando para mim estranho.

– Acho que sai de casa faltando 10 a 15 minutos para as 8 am. - falei. - até chegar na casa dos Cullen já eram 8 am. - murmurei.

– Não foi por isso que perguntei. - Luna diz. - for por…

– Porque está usando branco? - Sol perguntou atrás de mim.

Viro meu corpo para olhá-la. Ela e Seth estão cada um com sua bandeja.

– Quem morreu? - a mesma perguntou.

– Morreu? - Nessie perguntou sem entender. - o que o branco tem haver com a morte? - questionou.

– Também não entendi. - Seth falou.

– Porque está aqui? - perguntei olhando para Seth.

– Eih! - Sol exclamou. - perguntei primeiro. - murmurou.

Revirei os olhos.

– Ninguém morreu. Estou usando branco porque quero e não é apenas a cor branca que estou usando. Minha blusa tem detalhes em verde. - falei respondendo sua pergunta e a da Luna. - e a cor branca, representa a morte na cultura Nephilim. - expliquei olhando para Nessie.

Olho para Seth e Sol.

– Sua vez agora. - falei sem desviar o olhar.

Antes de me responder. Seth e ela se sentam à minha frente, nos dois únicos lugares vagos.

– Decidi estudar mais uma vez para ficar mais perto da Sol. - Seth respondeu olhando nos olhos da minha irmã.

Escuto Liam rosnar, chutei sua canela por debaixo da mesa.

– Aí… - o mesmo resmungou de dor pelo chute forte que dei. - caramba! Molly! - exclamou irritado.

Ignorei seus resmungos.

– Isso é fofo. - falei sorrindo.

Seth sorriu para mim.

– Antes que você estranhe... - Sol iniciou a conversa. - Seth vai passar a semana em casa. - diz.

– Por mim, tudo bem. - falei sorrindo. - sabe que isso não é um incômodo para mim. - murmurei e olhei para meus irmãos. - e espero que não seja um problemas para vocês cinco. - digo olhando para eles.

Demoro meu olhar em Liam e Apollo que sempre foram os ciumentos.

– Não sei do que está falando. - Apollo diz se fazendo de fingido.

Revirei os olhos.

– Não impliquei com Seth nenhuma vez. - Allan diz. - ele é legal. - falou.

– Traidor. - Apollo e Liam sussurraram

Não falo nada desses dois.

– Não liga Seth. Esses dois também gostam de você, só são super protetores que as irmãs. - falei. - logo você se acostuma com o jeito desses tapados. - digo.

– Eih!!! - Liam e Apollo exclamam.

– Não sou tapado. - Liam diz emburrado.

– Claro que não. - ironizou. 

– Mas falando sério... - Hayden murmurou olhando para mim. - porque está usando branco? - perguntou. - achei que a única vez que veria usando essa cor seria em funerais. - falou.

– Eu apenas via calça branca. - respondi dando de ombros. - aí só combinei com mais duas peças de roupa. - falei. - não é o fim do mundo eu estar usando branco. - disse.

– É sim. - todos os meus irmãos dizem.

Revirei os olhos.

– Misericórdia. Vocês são muito dramáticos. - falei e tirei a blusa.

Coloquei ela pendurada na minha cadeira.

– Ainda não compreendi esse negócio da cor branca. - Nessie diz, confusa.

Sorri para ela.

– É que para nós, caçadores das sombras, cada cor tem um significado. - falei. - por exemplo, a cor preta. Para nós essa cor nos trás sorte. - expliquei.

– Tem até um poema sobre que falam sobre cada significado das cores. - Apollo diz em tom de deboche.

– Poema? - Nessie e Jonathan perguntam.

– O poema é assim:

 

“Preto para caçar de noite e dar sorte,

Pois o branco é a cor do pranto e da morte.

Dourado para noiva em seu vestido,

E vermelho para invocar um feitiço.

Seda branca quando nossos corpos queimam,

Bandeiras azuis aos perdidos que retornam, pois teimam

Chamas para o nascimento de um Nephilim,

E, para apagar nossos pecados, és um fim.

Cinza para o conhecimento que ano deve ser dito,

Cor de osso para aquele que não envelhece, bendito.

Açafrão ilumina a cor da vitória,

Verde para um coração partido, almejando a glória.

Prata para as torres demoníacas, cor de adamas,

E bronze opara invocar poderes malignos, nada mais”

 

Recebi o poema que ensinam os jovens Nephilim para decorar o significado de cada cor.

– Porque o vestido de casamento tem que ser dourado? - Nessie perguntou.

– Porque como o branco significa a morte, não poderíamos usar a cor branca para representar uma das uniões mais importantes da vida de um Nephilim. - respondi. 

– Então você nunca se casará de branco. - Seth perguntou olhando para a Sol. 

Na hora as bochechas de Sol ficaram avermelhadas. Liam faria algum comentário enciumado, mas meu olhar o fez calar.

– Bom… apesar de não ser uma caçadora das sombras, não me vejo casando de branco. - Sol falou olhando para Seth. 

– Sabe que penso igual. - Hayden murmurou. - acho a cor branca tão sem graça para o casamento. - falou. 

Ri da ironia. 

– O pior é que mesmo não fazendo parte dos caçadores das sombras, mas nós seguimos o uso das cores quase à risca. - Gabi diz. - é raro usarmos roupa branca, como a Molly está usando. - falou. 

– Não sabia que tinha vontade de se casar de dourado. - Troy diz olhando para Gabriella. 

– Você nunca perguntou. - Gabi respondeu e sorriu. - não se preocupe com isso é apenas um detalhe. - falou. 

– Muito importante para a mulher. - murmurei causando. 

– Molly para de provocá-los. - Hayden mandou olhando para mim. 

Sorri marota para ela. 

– É qual seria a graça? - questionei olhando para ela. 

Hayden balançou a cabeça de um lado para o outro em negação.

– Quantas Runas você tem? - Jacob perguntou mudando um pouco de assunto, olhando para algumas delas que antes eram cobertas por roupas mais grossas.

– Nunca contei. - respondi. - mas deve ter um pouco mais de quinze Runas. - falei.

– Caramba. - Nessie e Jacob falaram.

Vejo pelo canto do olho, Jonathan pegar a minha garrafa térmica e despejar sua água na mesma. Olhei para ele com a sobrancelha levantada.

– Eu não posso beber água. - Jonathan diz e ri. - não vou jogar a garrafa cheia sendo que pode ser mais útil para você. - falou.

– Hum... - murmurei. - obrigada. - agradeci.

Ele apenas sorriu. Senti o olhar da minha família, mas fingi que era uma coisa super natural entre dois amigos.

– Agora que me toquei. - Troy diz olhando para Jonathan. - como você saiu de casa sem sua pele brilhar por causa do sol? - ele perguntou.

– É por causa do meu talento. - Jonathan respondeu. - como meu talento é controlar o clima, consigo fazer com que minha pele não brilhe. - falei.

– Que legal. - minha família murmurou fascinados.

Conversamos sobre diversas coisas, inclusive sobre a minha ida a Idris. O tempo passou voando e quando percebemos, já estávamos recolhendo nossas coisas para irmos para nossas respectivas salas.

 

_ Quebra de Tempo _

 

4 PM ~ toque do sinal

Assim que a aula terminou, Jonathan e eu saímos da sala indo para os nossos armários para guardar alguns materiais.

– Pelo menos as aulas passaram mais rápidas. - Jonathan falou.

– Principalmente a aula de matemática. - murmurei.

Escuto Jonathan rir.

– Não entendo o que eu fiz para essa professor. - falei irritada. - ele poderia ser mais gentil e parar de querer cantar de galo para cima de mim. - digo.

– Não liga, não. - Jonathan diz. - ele vai se tocar que você é uma excelente aluna e que sabe o conteúdo. - falou como se fosse algo simples.

– Duvido um pouco que ele me deixará em paz. - falei fechando a porta do meu armário.

Fomos para o estacionamento, onde nossos irmãos já estavam.

– Achei que já tinham ido. - falei.

– Acabamos de sair. - Liam respondeu. - nos vemos daqui a pouco. - diz.

Eles entram em seus carros, assim como Seth. Nessie e Jacob se aproximaram.

– Vão para La Push ou para casa? - Jonathan perguntou olhando para a irmã.

– Vamos para La Push e depois para casa. - Nessie respondeu.

– Beleza. - Jonathan falou.

– Vamos que te levarei para a mansão. - falei olhando para Jonathan.

– Não precisa se incomodar. - o mesmo falou olhando em meus olhos.

– Não se preocupe. - falei. - até amanhã Nessie... Jacob. - digo me despedindo dos dois.

– Até amanhã. - os dois responderam.

Jonathan e eu nos afastamos deles indo em direção ao meu carro vermelho. Entramos no carro e dou partida, sai do estacionamento indo para a casa do Jonathan.


Capítulo 35

Capítulo 37


Ilustração

Look

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