A.E.: Capítulo 02 - Alma Ligada



Pov. Jonathan

 

2nd Agosto, 9:10 a.m.

Sai da sala de aula e vou para minha próxima aula que seria história.

 

9:15 a.m.

Quando estou quase na porta da sala de aula, sinto um cheiro viciante e que aguça meus sentidos, mas que não me trazia sede. Entro na sala e noto que o professor não estava na sala, deveria ter dado uma saída. O cheiro que senti do lado de fora, está mais forte dentro da sala, sigo o cheiro até encontrar a dona do perfume maravilhoso.

Em uma carteira atrás da que tinha sentado no dia anterior, está uma garota ruiva de cabeça baixa, o cheiro que senti do lado de fora e aqui dentro vinham dela, meus instintos me fazem aproximar-me da mesma, quando estou para me sentar à sua frente, ela levanta a cabeça e olha dentro dos meus olhos.

Nesse exato momento, não consigo desviar meus olhos dos seus e muito menos ela dos meus olhos. Sinto algo diferente em mim, é como se meu coração morto de vampiro voltasse a bater novamente em meu peito, seus olhos são de um verde intenso e hipnotizante.

Sai do transe quando o professor entrou na sala e pediu que todos sentassem em seus lugares. Vou para meu lugar e me sentei à sua frente, confuso com o que tinha acabado de acontecer.

 

Pov. Molly

 

9:18 a.m.

Quando meus olhos se encontraram com os dele, o mundo em minha volta parou e senti minha alma sendo ligada a dele, ele me olha como se tivesse hipnotizado, o que realmente está já que está sentindo sem entender o que está acontecendo. Todo meu corpo começou a esquentar e a minha temperatura corporal aumentou mais. Não consigo desviar meus olhos dos seus, o tempo havia parado e minha atenção era totalmente dele.

Apenas saímos do nosso transe, quando o professor entrou na sala e pedindo que os alunos se sentassem em seus lugares. O garoto que teve minha alma ligada se sentou em minha frente, fico um pouco surpresa, mas penso que deve ser seu lugar escolhido ontem, sinto mais uma vez o seu cheiro e é o melhor perfume que já senti em toda a minha vida.

- Bom dia, turma. - o professor desejou a todos.

Seu olhar caiu sobre mim.

- Vejamos o que temos aqui. - o professor comenta. - sou professor Adams Jewish - se apresentou sorrindo simpático para mim, mas... - temos uma novata em nossa turma. - diz.

Reviro meus olhos discretamente pelo seu tom.

- Poderia se apressar, senhorita...? - perguntou em pedido.

- Brown... - respondi. - me chamo Molly Brown. - me apresentei, falando meu nome.

Ele me analisa e seu olhar vai para meu pescoço, onde tem duas Runas desenhadas perfeitamente.

- Noto que possui duas tatuagens no pescoço, senhorita Brown... - senhor Jewish comentou. - o que elas significam? - perguntou.

- Não tem um significado aparentemente? - respondi, mentindo. - fiz elas junto com uns amigos que moravam em New York. - falei.

- Interessante. - o professor falou deixando o assunto das minhas Runas de lado. - bem, vamos começar a aula. - diz.

O professor começou a dar a sua aula, enquanto o professor passava sua matéria, não via a hora dela acabar e olha que amo história, olho no relógio em meu pulso e os minutos não passam, precisava ligar para Magnus e conversar para não enlouquecer.

Me perdi em meu pensamento e começo a divagar sobre o garoto. Olho para sua nuca, sua pele é branca como neve igual ao casal que estavam em minha aula de Literatura, meus pensamento vão para seus olhos, são dourados, mas pareciam whisky líquido minha bebida favorita, seus cabelos são loiros dourado, um pouco parecidos com os cabelos do Jace, mas o seu tom muito mais bonito.

Sobressalto com o barulho do sinal tocando. Olho para meu relógio e já são 10:15 a.m. Arrumo minhas coisas e olho para minha frente, noto que o garoto que minha loba escolheu para se ligar às nossas almas não estava mais sentado à minha frente.

“- Ele deve estar confuso. - penso comigo mesma.”

Isso me fez sentir culpada, mesmo não tendo culpa. Suspiro e me levanto da mesa, saio da sala indo para minha próxima aula que é Estudo Social.

 

_ Quebra de Tempo _

 

1 p.m.

Depois da minha aula de Estudo Sociais, tive mais duas aulas Inglês e Geografia. Me apresentei nas três aulas, assim como fiz nas outras duas aulas anteriores. Quando dá a horário do almoço, saio da sala e vou para o estacionamento, tiro meu celular da bolsa e ligo para o Magnus.

 

_ Ligação On - Magnus _

- Me ligando tão cedo, meu pãozinho de mel. - Magnus diz me chamando pelo meu apelido. 

Sorri.

- Queria conversar. - falei desfazendo o sorriso.

- O que aconteceu? - perguntou preocupado.

Suspirei.

- Bem... - enrolo um pouco para falar. - minha alma se ligou a um dos alunos. - lhe contei.

A chamada fica em silêncio que até poderia achar que tinha caído a ligação, mas consigo ouvir sua respiração do outro lado da linha.

- Certo. - Magnus quebra o silêncio. - me conta como foi esse feito tão memorável. - pediu animado.

Sabia que o mesmo se segurava para não gritar de felicidade.

- Bane... - choraminguei.

- Ah não! Você vai me contar. - diz autoritário. - não me deixe no escuro. - mandou.

Suspirei.

- Foi na minha segunda aula do dia. - comecei a contar. - estava sentada em uma das carteiras, quando senti um cheiro viciante extremamente doce e convidativo. - disse. - quando levantei minha cabeça para procurar o cheiro adocicado e meu olhos se encontraram com os deles... aconteceu - falei olhando para o horizonte à minha frente.

Escuto Magnus suspirar.

- Como ele é? Ele é bonito? - perguntou e sei que está preocupado.

- Ele tem cabelo loiro dourado e um pouco compridos. - respondi saindo do transe. - ah... seus olhos... - suspirei. - são de um tom de dourado, parece whisky. - descrevi.

- Tem alguém apaixonada. - Magnus cantarolou.

- Magnus! - choraminguei em repreensão.

- Ah, minha florzinha você finalmente encontrou sua outra metade. - Magnus falou docemente. - sei que está assustada, mas creio que ele também esteja, sabe muito bem que é confuso para ele também. - diz.

- Eu sei. - falei. - mas tenho medo. - confessei. - sei que não sinto medo de quase nada, mas estou apavorada. - digo.

Magnus suspirou do outro lado da linha.

- Está com medo dele não te aceitar por ser uma loba. - Magnus afirmou. - não tem que temê-lo, vá aos poucos e só conte a ele quando se sentir segura. - aconselha.

Suspirei.

- Tenho que ir antes que meus irmãos venham atrás de mim. - falei.

- Tudo bem. - Magnus respondeu. - mas me prometa que vai me ligar se algo sair errado. - pediu.

- Ligarei. - respondi. - você sabe que ligarei. - falei.

- Está certo. - Magnus falou. - até mais, docinho. - despediu.

- Até... feiticeiro metido. - sussurrei, caso alguém esteja ouvindo.

_ Ligação Off _

 

Encerro a chamada e guardei meu celular em minha bolsa, suspirei e entrei de volta ao prédio, vou em direção ao refeitório.

 

Pov. Jonathan

 

10:15 a.m.

Assim que a aula de história terminou, saí da sala o mais rápido que eu podia. Não consegui prestar atenção na aula de história, se o professor me perguntasse qualquer coisa, não saberia responder. Apenas passava pela minha cabeça o que tinha acontecido quando nossos olhos se cruzaram.

Vou para minha aula de Espanhol avançado que tenho junto com Nessie e Jacob.

 

10:20 a.m.

Entro na sala abalado. Nessie e Jacob já estavam sentados em seus lugares, me sento na frente da minha irmã.

- Você está bem, irmão? - Nessie perguntou ao inclinar para frente e sussurrar em meu ouvido.

- Sim... não... - respondi incerto. - não sei. - falo confuso.

Sinto a mão de Nessie em meu pescoço.

- O que aconteceu? - perguntou projetando em minha mente. - você estava bem hoje de manhã, mas agora está fazendo aquela cara quando está confuso, ou quando não sabe o que fazer. - diz ainda em minha mente.

O professor entra na sala e Nessie tira sua mão no meu pescoço.

- Depois conversamos. - sussurrei apenas para ela ouvir.

A mesma balança a cabeça, concordando.

 

_ Quebra de Tempo _

 

1:05 p.m.

A aula passou voando, assim como minhas outras duas aulas.

Quando o sinal tocou indicando a hora do almoço, saio da sala e vou para o refeitório.

 

1:10 p.m.

Ao entrar no refeitório, vejo meus tios e tias em uma mesa. Ando na direção dos mesmos e me sento em uma das cadeiras vazias que tem na mesa.

- E aí? Como foi a aula? - tio Emmett perguntou, sorrindo brincalhão.

- Normal. Eu acho. - respondi sem contar o que aconteceu mais cedo.

- Você está bem, Jonathan? - tio Jasper perguntou olhando para mim.

Creio que ele esteja sentindo as minhas emoções.

- Não sei ao certo. - respondo confuso.

- E aí, damas e cavalheiros. - meu pai diz se aproximando, junto com mamãe.

Eles se sentam nas cadeiras que estão vazias.

- Vai me dizer o que aconteceu com você? - Nessie me questiona, assim que chegou em nossa mesa. - porque estava tão estranho na aula de Espanhol? - perguntou se sentando e sem desviar sua atenção de mim.

Jacob se senta em uma cadeira ao lado da minha irmã.

- Não sei exatamente. - respondi irritado, por não entender o que aconteceu ou o que estou sentindo.

- Nessie se acalme, por favor. - mãe pediu para a mesma. Mamãe se vira para me olhar. - o que aconteceu? - perguntou preocupada.

- Não sei exatamente. - respondi perdido. - mas foi na minha segunda aula, História. Acho que tem alunos novos. - contei. - tive aula com Liam e Hayden no primeiro tempo. - falei.

- Realmente. - tio Emmett confirmou. - a ursinha e eu tivemos aula de Espanhol avançado com um tal de Troy Brown e Gabriella Corthood. - diz.

“ - Brown. - repito o sobrenome da garota. - será que o garoto é irmão dela? - pergunto mentalmente.

Sinto o olhar do papai.

- Na nossa aula de Geografia, tiveram três alunos novos com os mesmos sobrenomes. - Nessie fala. - Luna Brown e Sol Brown. - disse. - elas são irmãs gêmeas e o namorado da Luna se chama Matteo Corthood. - diz.

- Na nossa aula de Matemática que é no quinto período, tivemos aula com Apollo Brown e Allan Brown. - Jacob comentou.

- Verdade. - Nessie confirmou. - eles são gêmeos. - diz.

- Nossa. - Jasper diz chocado.

- Nós tivemos história no terceiro período com Liam Brown e Hayden Corthood. - mãe falou. - já no nosso primeiro período tivemos aula com a Molly Brown. - diz.

Quando mamãe disse o nome dela, meu corpo todo reage instantaneamente.

- Filho? - pai chamou minha atenção.

- Hum! - murmurei.

- Está tudo bem? - papai perguntou.

- Sim. - respondi sem saber ao certo.

- Não tive nenhuma aula com a Molly, mas tive inglês com Troy Brown e Gabriella Corthood no quarto período, já com Liam e Hayden biologia no quinto período. - tia Alice diz.

- Você teve alguma aula com eles Jasper? - pai perguntou.

- Não. - tio Jasper respondeu. - porque? - perguntou.

- Porque não consegui ler a mente deles e queria saber se você conseguiu sentir as emoções deles. - pai comentou.

Todos ficam chocados.

- Tá ficando velho e perdendo o jeito, Edzinho. - tio Emmett provoca papai.

O mesmo rosnou baixo para o tio Emm.

- Não idiota. - pai falou irritado. - é como eles tivessem uma proteção mental. - explicou.

- Como meu escudo? - mãe perguntou olhando para o mesmo.

- Não. - pai responde. - diferente. - disse. - principalmente a mente da Molly. - falou.

Ao repetir seu nome, meu corpo todo se arrepia.

- Hum! - tio Jasper murmurou e me olhou surpreso.

Papai ofegou.

- O que foi? - mãe perguntou preocupada.

- Jonathan? - pai me chama.

O para o mesmo e suspiro.

- Jonathan se sente atraído pela garota. - tio Jasper disse.

- Qual delas? - Jacob perguntou.

- Molly. - respondi.

- Ô! - Nessie ofegou. - por isso você estava estranho, quando entrou na sala? - perguntou.

Assenti com a cabeça, sem saber o que dizer. Emmett, como é super delicado, começou a gargalhar alto.

- Ai, ai sobrinho. - tio Emmett murmurou rindo.

Me encolhi.

- Filho. - mãe me chama, olho para ela. - não há nada errado em se sentir atraído, me senti atraído por alguém. - diz.

- Não sei como explicar. - falei. - quando nós nos olhamos, foi como se tudo ao meu redor tivesse parado, não somente para mim como para ela também o mundo parecia ter parado. - disse. - senti uma conexão, um elo. - tentei. - descrever.

Emmett riu mais, mas leva um tapa da tia Alice.

- Sossega, Emmett. - a mesma ordenou brava com ele.

- Aí! - ele exclamou e esfregou o local onde tia Alice tinha batido.

- Vai começar tudo outra vez. - Rosalie resmungou.

Me encolhi.

- Não comece com seu Pites, Rosalie. - pai esbravejou, bravo com o comentário da tia Rose.

- Não é Pite. - Rosalie retrucou. - você sabe muito bem o que os Volturi farão se ela souber sobre nós. - diz.

- Sei disso. - pai argumentou. - mas não vou deixar Jonathan sofre por toda a eternidade. - retrucou, tia Rose fica quieta. - daremos um jeito nos Volturi se for preciso. - diz. - mas o problema é ela ser humana, não é? - questionou olhando para a mesma.

- Isso não vem ao caso. - Rosalie argumentou.

- Esse assunto está encerrado. - pai diz e suspira. - quando entramos na sala, percebemos ela lá no fundo, a mesma olhou para nós parecendo intrigada. - comentou.

- Ela não me pareceu ter medo de nós dois. - mãe comentou sorrindo para mim. - nem mesmo quando Edward perguntou, porque veio morar em Forks. - diz.

- O que!? - exclamei e olho para pai.

- Em minha defesa, fiquei desconfiado. - pai se justificou. - quem é que deixa de estudar em New York para estudar em uma cidade pequena. - diz.

- New York? - Rosalie questionou.

- Ela disse que morava em New York. - mãe diz. - porque? - perguntou.

- Troy e Gabriella disseram que moravam no Canadá. - tia Rosalie diz.

- Que estranho. - Alice murmurou.

- Na verdade, ela disse que morou em New York e que tem uma irmã que estuda em uma outra cidade com o namorado. - mãe comentou. - pode ser que ela estudava em New York e morava com algum familiar. - diz.

- Ou amigos. - falei me lembrando de algo.

- Como assim? - Nessie perguntou sem entender.

- Ela tem duas tatuagens no pescoço e o professor Adams perguntou sobre elas. - respondi. - ela disse que fez junto com uns amigos, mas percebi que ela não disse totalmente a verdade. - digo.

- Então, ela mentiu? - tia Rosalie perguntou.

- Não exatamente. - respondi. - ela pareceu contar meia verdade como nós fazemos. - expliquei.

- Estranho. - Jasper comentou.

A porta que dá para o lado de fora se abre e Molly passa pela porta, ela olha para todo refeitório, seu olhar passa em nossa mesa e para em meus olhos, mas logo a mesma desvia o olhar.

Ela segue até uma mesa, onde tem várias garotas e garotos.

- Nossa sobrinho, você soube escolher bem. - tio Emmett provocou.

Rosnei olhando para ele.

- Calma, ela é todinha sua. - tio Emmett diz levantando as mãos para cima.

- Não enche, Emmett. - digo irritado.

- Ela realmente é bonita. - Jasper comentou, me fazendo olhá-lo. - apenas estou comentando. - diz levantando suas mãos ao alto.

- Eles estão certos. - tia Alice falou sorrindo. - ela é linda, principalmente com aqueles lindos cabelos ruivos e olhos verdes. - diz.

- Tia! - exclamei.

- Querido, aceita que você sente algo por ela. - mãe fala me fazendo olhá-la. - não estou dizendo que você a AMA, pois o amor se constrói aos poucos. - diz. - e se quiser investir, terá todo meu apoio. - acrescentou.

- O meu também. - pai diz.

- E o fato de não conseguir ler a mente dela? - perguntei.

- Detalhes. - pai respondeu dando de ombro.

- Do meu apoio também. - Alice diz empolgada.

- Pode contar comigo. - Emmett falou sorrindo com quem aprontava muito.

- Terá meu apoio também. - Jasper fala cordialmente e calmo.

Alice abraça o seu companheiro e beija seus lábios.

- A minha também, maninho. - Nessie diz me abraçando de lado.

- Pode apostar. - Jacob diz.

Todos olham para a tia Rosalie.

- Tudo bem. - Rose diz se rende. - você também terá meu apoio, mas não vou garantir ser gentil com ela. - avisou.

Apenas assenti com a cabeça. Minha família muda de assunto, tento prestar atenção, mas não consigo tirar Molly da minha cabeça.

 

Pov. Molly

Entrei no refeitório e uma boa parte dos alunos que estão aqui olham para mim, me seguro para não revirar os olhos. Procuro meus irmãos com os olhos e os avisto sentado em duas mesas não muito distante de onde estou. Antes de prosseguir, sinto um olhar intenso sobre mim e tenho um palpite de quem poderia ser, viro na direção da pessoa que está me olhando...

O garoto que tive minha alma ligada e sua família olhavam para mim, notei que todos eles têm o mesmo tom de pele, olhos e são extremamente pálidos. Saio do transe e vou para a mesa onde meus irmão estão.

- Nossa, se perdeu pelo caminho? - Liam perguntou debochando.

- Muito engraçado você. - digo rindo forçado, beijo o topo da cabeça da Naomi. - e aí como foi a aula? - pergunto para ela e Zack.

- Foi legal. - Naomi respondeu.

- Temos que conversar sobre uma coisa. - Troy disse seriamente.

- Tudo bem, mas vou pegar algo para comer. - comuniquei antes que começasse a falar.

Troy apenas assente com a cabeça. Deixo minha bolsa na carteira e só pego o cartão sem limites, vou na fila para pegar algo para comer. Escolho um lanche natural, suco de laranja e um bolinho de chocolate, pago a conta e volto para a mesa.

Sento na cadeira onde tinha deixado minha bolsa.

- Certo, o que aconteceu? - perguntei.

Troy batucou a cabeça com um dedo indicando que era para nos comunicar por telepatia. Acho estranho, mas assenti com a cabeça.

“ - Você está me deixando preocupada. - falei em pensamento de todos os meus irmãos, mas olho exclusivamente para Troy.”

 - Serei direto. - Troy diz. - tem vampiros no colégio. - falou para todos.

- O QUE!? - exclamei arregalando meus olhos.

Como meus irmãos não se chocaram com o que Troy disse, concluí que eles já sabiam. Noto que a maioria das pessoas que estão no refeitório olham nossa mesa.

- Nem um pouco sutil. - Liam diz com ironia.

- Quieto. - ordeno irritada. - como? - perguntei. - mas está de dia. - argumentei.

- Eles não são filhos da noite. - Apollo diz em um tom baixo.

Olho para ele sem compreender.

“ - Não existe apenas vampiro no meio das sombras. - Troy explicou em minha mente.”

Fico surpresa com o que ele diz.

“ - Quem são? - perguntei mais calma em sua mente.”

“ - Os Cullen. - Liam respondeu mentalmente. - eles olharam para você quando entrou no refeitório. - diz.”

Franzi o cenho.

- E quem não me olhou? - questionei em tom baixo.

“ - São os que têm pele branca e olhos dourados. - Allan responde em minha mente.”

Congelou no lugar e acho que o refeitório está rodando, não podia ser.

“ - Minha alma se ligou a um vampiro. - falei para mim mesmo.

- Molly. - Luna me chamou.

Saio do transe.

- Você está bem? - Sol perguntou olhando para mim preocupada.

- Sim. - respondi no automático.

- Não parece. - Apollo diz olhando para mim.

- Conversamos em casa. - falei fugindo do assunto.

Beliscando a borda do meu lanche. Liam e Troy me olham desconfiados, mas não insistem.

- Porque demorou? - Liam perguntou mudando teoricamente de assunto.

- Estava com Magnus no telefone. - respondi comendo meu lanche.

- Mas já. - Apollo brincou rindo de mim.

Reviro os olhos, antes que falasse alguma coisa escuto alguém rindo, olho na direção da pessoa que está rindo e a risada estrondosa vinha da mesa dos vampiros. Volto minha atenção aos meus irmãos.

- Liguei para saber se estava tudo bem. - respondi mentindo do verdadeiro motivo. - desde que nos mudamos para cá, não falei com ninguém de New York. - falo.

- Você sente falta de New York? - Matteo perguntou.

- Um pouco. - respondi. - sinto falta dos meus amigos. É um pouco estranho não ver o mau humor da Izzy logo de manhã, o ego gigantesco do Jace e o jeito tímido do Alec. - digo. - mas não me arrependo de ter me afastado um pouco das sombras - falei sendo sincera.

- Você nasceu para ser uma caçadora, irmãzinha. - Liam comenta sendo debochado.

Suspiro.

- Não é uma questão de ter nascido, Liam. - falo o olhando. - era o que eu sentia que deveria fazer e ser, pode parecer besteira, mas para mim era uma necessidade. - digo. - “e não Apollo, não odeio ser uma loba. - digo em sua mente ao sentir seu olhar acusador.

- Desculpa. - Apollo pediu envergonhado. - sei que você não odeia o que é, mas nunca vou entender a razão de ter ido ao... - o interrompi.

- Fui para salvar Magnus e Raphael, pelos meus amigos e para honrar nosso sangue. - falo com a cabeça erguida e com a consciência tranquila. - eles duvidavam que por sermos filhos do nosso pai, não somos dignos de carregar o sangue de nossa mãe. - digo. - mas isso não significou em provar nada, porque minha prioridade era salvar as pessoas que foram levadas.

Todos ficam em silêncio.

- Vamos deixar as coisas que fiz em Edom, lá. - deixei claro dando assunto por encerrado. - estou aqui e viva é o que importa. - digo.

Volto a comer meu lanche, começamos a falar de outra coisa bem aleatória, deixamos o assunto por encerrado. Naomi e Zack vão para sua sexta aula, pois o tempo de intervalo era menor que o nosso.

 

_ Quebra de Tempo _

 

1:30 p.m.

Faltavam dez minutos para tocar o primeiro sinal para o sexto período e decidi me adiantar, vou em meu armário para pegar o jaleco que tinha deixado hoje de manhã, antes de ir para meu primeiro período.

 

Pov. Jonathan

Durante o almoço não consigo prestar atenção no que minha família conversa, pois meus pensamentos estão em Molly. Olho para a mesa onde está com sua família, a mesma beija a cabeça de uma garota que não sei o nome, mas conclui que seja sua irmã, não prestei atenção no que elas tinham falando uma para a outra.

Ela logo se afasta, indo para a fila para pegar algo para comer. Vejo que ela pegou um lanche, suco e um bolinho de chocolate, ela voltou para a mesa com o que comeria. Agucei minha audição para escutar o que eles estavam falando, sei que é falta de educação, mas quero saber sobre ela. De repente escuto ela gritar.

‘ - O QUE!? - Molly exclama.’

A maioria dos alunos olham na direção da mesa que eles estão, inclusive minha família.

‘ - Nem um pouco sutil. - o garoto ruivo, Liam diz com ironia.’

- O que será que aconteceu? - tia Alice perguntou.

- Não sei, mas Jonathan deve saber. - Emmett falou.

Todos me olham.

- Hum... - murmurou. - não faço a mínima ideia tio. - disse.

- Me engana que eu gosto. - tio Emmett diz e pisca um olho.

Pai bufa.

- Ele realmente não sabe, Emmett. - pai diz.

- Que? - Rosalie diz do nada.

Franzi o cenho.

- O que foi ursinha? - tio Emmett perguntou.

- Molly perguntou para o Troy: Como? e depois disse: mas está de dia. - tia Rose repetiu o que ela tinha falado. - depois o loiro platinado disse: eles não são filhos da noite. - disse.

- Filhos da noite? - mãe questionou.

- Também não entendi essa parte. - tia Rose diz.

- É um termo que alguns humanos descrevem para se referir a vampiros. - tio Jasper comentou.

- Como? - pai perguntou em um tom inaudível.

- Como sabe disso? - Jacob perguntou franzindo o cenho.

- Uma vez Maria disse que existia um clã, eu acho... - tio Jasper divagou em pensamento e em um tom que os humanos não ouvissem. - que se consideravam filhos da noite, eles eram vampiros, mas diferentes de nós. - diz.

- Diferente como? - Nessie pergunta.

- Eles não podiam andar sob a luz do sol, pois viravam pó e... - tio Jasper responde.

Ele é interrompido pela gargalhada do tio Emmett .

- É piada, né? - o mesmo questionou.

- Posso continuar. - tio Jasper perguntou impaciente.

- Perdão. - tio Emmett pediu, mas sei que não está arrependido.

- Eles não podiam falar ou tocar em algo que fosse religioso. - Jasper falou. - Maria não deu muitos detalhes, porque não sabia muito. - diz. - nem sei se isso é real ou verdadeiro. - murmurou.

- Que estanho. - tio Emmett falou do nada.

Seu cenho está franzido.

- O que é estranho? - mãe perguntou.

- A conversa deles é um pouco estranha... - tio Emmett diz. - parece que eles fazem o mesmo que Alice ou Carlisle fazem com Edward, quando ele lê a mente deles. - fala.

- Isso é um absurdo, Emmett! - tio Rose esbraveja. - eles são humanos e não são telepatas. - diz.

- Calma ai, ursinha. - tio Emmett pediu. - só estava dizendo o que me pareceu. - falou.

- Deve ter sido impressão sua Emmett. - tia Alice diz.

- Você não consegue mesmo ler a mente deles, Edward? - tia Rosalie perguntou.

- Não. - o mesmo respondeu. - nem se eu forçar, consigo ler. - diz.

Todos ficam quietos. Presto atenção na conversa deles, mas torço o nariz quando ela responde que estava no telefone com um tal de Magnus.

“ - Quem é Magnus? - perguntei mentalmente.”

Pai ri.

- Também quero rir da piada. - tio Emmett pediu.

- Você está com ciúme? - tio Jasper perguntou com cenho franzido, olhando para mim.

Tio Emmett gargalhou alto chamando atenção.

- Emmett estamos chamando atenção. - tia Rose ralhou com o marido.

- Não. - respondi a pergunta do tio Jasper. - não estou com ciúmes. - deixei claro.

- Não é o que sua mente e emoções dizem. - pai argumentou se segurando para não rir.

- Você sabe que a pessoa que ela ligou pode ser apenas um amigo, né? - Nessie questionou me olhando de lado e sorrindo.

- Não existe amizade de homem e mulher. - tio Emmett diz.

Mamãe e Jacob olham para ele.

- Existe sim. - os dois falam juntos.

- Agora, né. - tio Emmett diz olhando para os dois. - porque antes do Jacob sofrer um Imprinting pela Nessie, ele tinha um tropeço por você. - argumentou.

- Mas eu não tinha. - mãe argumentou.

- Essa não é a questão. - pai diz cortando tio Emmett e o olhando feio para o mesmo.

- Acho que a Nessie está certa. - tia Alice falou, chamando nossa atenção. - ela sente falta dos amigos que moram em New York. - diz.

- E como sabe disso? - Jacob pergunta.

- Porque um deles perguntou se ela sente falta de New York. - tia Alice respondeu. - e ela respondeu que sim, mas não pelo lugar em si e sim que sente falta dos amigos. - diz.

- Não entendo, porque ela não morava com a família antes. - tia Rosalie diz.

- Talvez, eles moravam um tempo em New York e depois se mudaram para o Canadá, mas ela não deve ter se adaptado. - tia Alice diz.

- Pode até ser. - tia Rosalie falou. - mas o que é estranho é. - diz.

- Onde fica Edom? - tio Emmett perguntou de repente.

- Como é? - perguntei.

- Ela disse: Vamos deixar as coisas que fiz em Edom, lá. - tio Emmett repetiu o que ela deve ter dito. - ela também disse que: foi nesse lugar que saltou o Magnus é um tal de Raphael e que foi pelos amigos e honrar nosso sangue. - resumiu. - mas não fez muito sentido. - diz.

- O que significa honrar nosso sangue? - tia Rosalie perguntou.

- Não faço a mínima ideia. - tio Jasper diz.

- Sabe uma coisa que percebi? - mãe perguntou.

- O que, amor? - pai perguntou.

- Não sei se foi impressão minha, mas a energia que ela emanava na sala era, angelical. - mãe fala.

Paro para pensar no que minha mãe acabou de dizer e realmente a energia que Molly emana é de certa forma angelical.

- Realmente. - disse olhando para a mamãe.

- Parando para pensar. - pai diz também.

- Bom, falamos sobre a Molly depois. - tia Alice diz. - o primeiro sinal, já vai tocar. - falou.

Todos se levantam e pegam suas coisas, olho para a mesa onde Molly e sua família estavam e apenas dois garotos parecido um com o outro estavam presentes, conclui que ela já tinha ido para aula.

- Vamos? - mãe perguntou tocando em meu ombro.

- Vamos. - respondi.

Saímos do refeitório e fomos para a aula de Biologia que seria junto dos meus pais.


Capítulo 01

Capítulo 03


Look

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