E.A.: - Capítulo 11 - Cartas na Mesa


Pov. Molly

 

6th Agosto - Sábado, 2:23 p.m.

O caminho para casa está sendo silencioso, já que Jasmine está dormindo junto com Tikki e Plagg que estão em seu colo. Sinto o olhar de Hayden e Gabriella sob mim, reviro os olhos já irritada com ambas.

- Desembucha logo. - mandei. - o que vocês querem? - perguntei em um tom baixo para não acordar Jasmine.

- Está rolando alguma coisa entre você e o Jonathan? - Hayden perguntou. - percebi que ele olhava para você do jeito que Liam olha para mim. - diz.

- Percebi isso no almoço também. - Gabriella diz.

- Não está acontecendo nada entre nós dois. - menti não querendo falar sobre mim e o Jonathan.

- Ah... tá sim. - Hayden falou. - está mentindo. - diz.

Suspirei, mas não falo nada.

- Molly... - Gabi chamou minha atenção. - o que está havendo? - perguntou preocupada.

Desvio minha atenção da estrada por um momento.

- É complicado. - respondi voltando a olhar para a estrada.

O carro volta a ficar em silêncio.

- Ô... - escutei Gabi murmurar. - Molly...

- Não quero falar sobre isso. - falei a interrompendo.

Gabriella suspirou.

- Troy sabe, não é? - a mesma perguntou. - é por isso que ele anda tão preocupado com você. - questionou.

Olho para ela com cenho franzido.

- Não sabia sobre isso. - respondi voltando a olhar para a estranha.

- Liam anda preocupado com você também, mas não sei do que se trata porque ele não me diz nada. - Hayden falou. - ainda não entendi o que está acontecendo. - deixou claro.

- Molly teve sua alma ligada ao Jonathan. - Gabi revelou olhando para Hayden. 

“ - Maravilhada. - penso comigo mesma.”

Feio o carro com tudo, escuto Jasmine resmungar no banco de trás, mas a mesma não acordo. Viro meu corpo para olhar Gabriella.

- Não me olhe assim. - a mesma brigou comigo. - está sendo cabeça dura. - me acusou.

- Não quero falar sobre isso. - falei irritada.

- Vamos nos acalmar. - Hayden pediu olhando para mim. - porque está desse jeito? Achei que era isso que queria? - questionou sem entender minha atitude.

Olho para frente e não respondo.

- É por ele ser um vampiro? - Gabriella perguntou.

- Não. - respondi rápido e olhei para ela incrédula. - não me importo que ele seja um vampiro. - digo.

- Então, porque está tão arisca e relutante? - Gabi perguntou sem me compreender. - presumo que eles não saibam que somos. - deduziu.

- Não. - respondi. - eles não sabem. - falei. - pelo menos, acho que eles não sabem. - digo.

 

[Silêncio dentro do carro]

 

Fiz menção de religar o carro.

- Você sabe que tudo que o Valentim disse a você é mentira, não sabe? - Hayden perguntou olhando para mim. - ele é um psicopata e tinha inveja do que você é, do poder da nossa família. - diz.

- Isso não importa. - falei me segurando para não desabar na frente delas.

- Importa sim. - Hayden diz. - se estiver atrapalhando a sua felicidade é claro que importa. - falou. - você é uma loba incrível e uma caçadora melhor ainda. - diz.

- Além do mais, Jacob é um lobo também. - Gabriella diz. - e os Cullen não tem problema com relação a isso. - argumentou.

Suspirei. Liguei o carro e não respondi. Elas não falaram mais nada sobre os Cullen. Ficamos em silêncio até chegarmos em casa.

 

_ Quebra de Tempo _

 

Chegamos em casa e estacionei o carro na garagem. Troy chegou e deixou seu carro próximo ao meu, Liam estava nos esperando na garagem para nos ajudar com as sacolas. Os dois vão nos ajudar a levar as sacolas para dentro de casa.

- Caramba! Vocês deixaram alguma coisa nas lojas. - Liam perguntou em tom de brincadeira.

Revirei os olhos.

- Não enche. - falei irritada.

- Ixé... tá mordida é irmã. - Liam provocou.

Rosnei para ele. Peguei todas as minhas sacolas e saí da garagem, subi as escadas para deixar as sacolas em meu closet. Voltei para pegar o resto das sacolas, mas quando entrei na garagem apenas Troy estava lá.

- Se vai pegar no meu pé, esqueça. - falei pegando o resto das sacolas.

Troy me impede.

- Molly... - ele me chama. 

Olhei para o mesmo.

- Estou apenas cansada. - falei querendo fugir da conversa.

- Está mentindo. - Troy me acusou. - Gabi disse que conversaram. - diz.

Resmunguei.

- Sim. E não quero falar sobre isso. - falei já de saco cheio deles se intrometerem na minha vida.

- Mas precisa. - pai diz na entrada da garagem.

Olho para Troy e dou um passo para trás.

“ - Não acredito que eles contaram para o papai. - pensei chateada.”

- Eles não me disseram nada. - pai diz defendendo Liam e Troy.

- Deixe que eu levo as sacolas para o seu quarto. - Troy diz pegando as sacolas das minhas mãos.

Não sabia do lugar.

- Vamos dar uma volta para conversar. - pai falou se aproximando de mim.

Olho para ele.

- Não estou querendo torturá-la. - pai diz. - apenas conversar. - falou olhando em meus olhos.

Suspirei e assenti com a cabeça.

Saímos da garagem e fomos em direção às árvores. Nós nos transformamos em lobos e começamos a correr bem rápido floresta adentro.

 

Pov. Peter

Faz alguns dias que percebi que minha filha está diferente, não sabia a razão até que ouvi a conversa dos meus filhos: Liam e Troy. Eles estavam falando que minha primogênita teve sua alma ligada, os mesmos não disseram quem era o garoto ou a garota, mas achei que Molly viria até mim para me contar e conversar sobre isso, mas isso não aconteceu. Hoje quando chegou em casa, percebi que tinha algo errado, fiz Liam e Troy me contarem o que está acontecendo. Os dois não sabiam a relutância dela, mas Hayden me disse o que ela achava que perturbava minha filha.

~ VALENTIM!

Aquele desgraçado sequestrou minha filha e a torturou apenas por ser uma loba com sangue de anjo. Toda aquela tortura física e psicológica que aquele infeliz fez a ela, a marcaram para a vida toda. Então, decidi agir.

Quando ela voltou para a garagem para pegar o resto das suas compras. Troy tinha me pedido que tentaria falar com ela e cedi, mas se ele não conseguisse conversar com ela, eu interviria.

Vendo que a conversa dos dois não estava levando a lugar nenhum, intervir. Não dei saída para minha filha, ela teria que me ouvir e teria que desabafar. Saímos da garagem e fomos em direção às árvores. Nós nos transformamos em lobos e começamos a correr bem rápido floresta adentro.

 

_ Um Tempo Depois _

 

Não fomos para longe de casa. Diminuímos os passos até pararmos. Voltei à minha forma humana, assim como minha filha que está mais à frente. Ficamos um bom tempo em silêncio.

- Vai me dizer, o que está acontecendo com você? - perguntei quebrando o silêncio.

Molly não me respondeu. Então, me aproximo da mesma.

- Tive minha alma ligada ao Jonathan. - Molly falou sem olhar para mim, sua respiração está pesada.

- Isso eu entendi quando Gabriella e Hayden me contaram. - falei. - mas não entendo porque não contou ao Jonathan. - disse.

- Eu... - ela não soube o que dizer.

Fico a sua frente e olho em seus olhos.

- Essa relutância é pelo que Valentim te fez? Ou pelo que ele disse? - perguntei olhando para ela preocupado.

Uma lágrima escorre pela bochecha dela, suspiro e eu a abraço. Molly começa a chorar.

- Shiu! Vai ficar tudo bem. - falei passando minha mão em suas costas para confortá-la.

Ela balança a cabeça e se afastou de mim secando as lágrimas.

- Não apenas por causa do Valentim. - Molly falou e hesita em me contar.

- Sabe que pode me contar o que for que tanto te aflige. - falei olhando em seus olhos.

- Valentim não foi o único a dizer que não pertencia ao mundo das sombras, por ser uma loba, muitos caçadores que visitavam o instituto diziam isso. - minha filha contou.

- Alex e Izzy? - perguntei achando estranho e pensando o pior.

- Não. - Molly respondeu rapidamente. - eles sempre foram meus irmãos e sempre serão, nunca me fizeram mal. - falou. - o único que sabe sobre isso é o Jace e o Magnus. - diz.

- Jace? - perguntei com cenho franzido.

- Jace me defendeu muitas vezes de Nephilim maldosos. - Molly contou. - quando isso acontecia e ele estava por perto sempre arrumava briga com os Nephilim. - disse.

- Por que nunca nos contou isso? - questionei.

- Não queria que os outros sofressem por não serem aceitos. - Molly diz.

- Se eles a tratavam mal. Porque não voltou para casa? Porque continuou lá? - perguntei sem entendê-la.

- Nunca desisto dos meus objetivos. - Molly falou. - toda vez que pensei em voltar para casa, sentia um aperto no peito. - diz. - sempre gostei de caçar demônio e ainda gosto. - confessou confusa.

Olhei para minha filha.

- Eu sentia falta de vocês. - Molly confessou. - mas o senhor sabe que sempre senti que minha alma pertencia a caçar demônios. - falei.

- E agora? - perguntei.

- Não sei. - respondeu confusa. - estou muito confusa. - diz.

Suspirei.

- Qual é o seu maior medo? - perguntei.

Molly ficou em silêncio e suspirou.

- Tenho medo da rejeição. - Molly confessou encolhendo seus ombros. - medo que ele faça o mesmo que a maioria dos caçadores fizeram quando era mais nova. - diz. - e medo de me machucar se entrar de cabeça. - falei desviando seu olhar dos meus.

Seguro seus ombros fazendo com que a mesma me olhasse.

- Ele jamais faria isso. - afirmei.

- Como tem tanta certeza? - Molly perguntou olhando para mim.

- Vejo em seus olhos. - respondi. - vejo como ele olha para você, pelo reflexo dos seus olhos. - falei.

- Somos diferentes. - Molly tentou argumentar para se convencer que não devem ficar juntos.

- Nós dois sabemos que você não se importa deles serem vampiros. - digo sorrindo para ela, pois vejo que a desarmou por completo. - sei que você não liga que Jonathan seja um vampiro. - falei.

Ela suspirou.

- Não precisa contar a ele de imediato o que você é. - falei para Molly ter mais confiança em si mesma. - vá devagar, mas se dê uma chance. - digo.

- Tudo bem. - Molly falei.

- Agora, me conta como foi o trabalho e passar a noite na casa dos Cullen. - pedi sorrindo para ela.

Molly ri.

- Normal. - a mesma respondeu, levanto a sobrancelha. - tá legal. - cedeu. - foi um máximo. - diz. - eles foram bem acolhedores e legais. - contou.

- Bom saber. - falei. - de toda a família, apenas conheço o doutor Cullen e a esposa dele. - digo.

- Você os conhecia? - Molly perguntou.

- Sim. - respondi. - quando assumi o posto na delegacia. - falei. - mas já tinha ouvido falar sobre esse clã de vampiros. - digo. - além deles, tem mais uma família que seguem o mesmo estilo alimentar.

- Hum... - Molly murmurou. - o senhor sabia que eles estavam na cidade? - perguntou.

- Não fazia ideia. - respondi. - mas esse clã vive entre os humanos. - falei.

- Percebi. - Molly falou e sorriu.

- Agora que estamos conversados. - falei e beijei sua testa. - vamos voltar para casa. - digo.

- Vamos. - Molly murmurou. - tenho que arrumar as roupas que comprei. - diz.

Ri pois pela quantidade de sacola que ela trouxe, sei que se divertiu bastante. Nos transformamos em lobos e fomos para casa.

 

Pov. Molly

Depois da conversa que tive com papai, voltamos para casa. Vou direto para meu quarto, Tikki e Plagg estão na cama de gato que tem na sala.

Decidi colocar a mão na massa. Vou para meu closet arrumar as roupas e sapatos que comprei. Algumas roupas pus no cesto para lavá-las. Depois que arrumei tudo em seu devido lugar, guardei algumas das sacolas em uma caixa que deixo no ateliê.

Desço as escadas com o cesto de roupas sujas para lavar as roupas na mão e colocar na secadora.

 

[Duas Horas Depois]

 

Com tudo lavado e seco, levo para meu quarto para passar e guardar em seu devido lugar. Deixo tudo em ordem e percebi que já está na hora do jantar.

 

Pov. Peter

Quando chegamos em casa. Molly foi para seu quarto arrumar suas coisas, já eu fui para o escritório onde minha esposa deveria estar. Entro no escritório e a mesma está sentada em minha cadeira com Gastón dormindo em seus braços. Aproximei-me dos dois e dei um beijo na cabeça de Gastón para depois beijar os lábios de minha linda esposa.

- Troy veio me avisar que saiu para conversar com nossa filha. - Margarida falou. - mas não me disse a razão de terem ido conversar. - diz olhando para mim.

Suspirei e puxei uma da poltrona do escritório para me sentar.

- Molly está bem? - Margarida perguntou preocupada com a nossa primogênita.

- Ela está bem. - respondi. - fisicamente. - falei.

- Aconteceu alguma coisa na casa dos Cullen? - Margarida perguntou.

- Não aconteceu nada na casa dos Cullen. - falei e coloquei minha mão na sua. - nossa filha apenas teve sua alma ligada. - contei.

Minha esposa arregala os olhos, Gastón resmungou em seu colo.

- Como assim, Peter? Que história é essa? - Margarida perguntou sem compreender.

- A nossa filha mais velha teve a sua alma ligada com um dos Cullen. - expliquei para que a mesma entenda o que está acontecendo.

Margarida me olhou preocupada.

- Porque não nos disse nada. - ela me questionou sem entender.

Suspirei.

- Percebi que nossa filha estava diferente, mas não sabia que isso tinha acontecido. - falei . - e para piorar, ela está com medo dele a rejeitar. - lhe contei.

- Por ela ser uma loba? - Margarida questionou. - isso é besteira. Vocês mesmo disseram que uma das meninas namora um lobo. - diz sem compreender.

Suspirei.

- Descobri que nossa filha teve problema com os Nephilim. - contei a ela. - Molly me contou que quando ela morava no instituto de New York, ela sofreu preconceito. - falei o que nossa filha me contou. - quando ela era mais nova, os Nephilim não aceitavam muito bem a sua presença e natureza. - digo.

Minha esposa suspirou.

- E tem uma coisa que não lhe contei, porque nossa filha não queria te preocupar, mas acho que deve saber. - falei pensando em contar o que Valentim fez.

- O que aconteceu Peter? - Margarida perguntou desesperada.

A olhei com os olhos cheios d’água me lembrando de como a encontrei no instituto de New York.

- Lembra quando Jace me ligou e pediu que fosse o mais rápido possível para New York? - perguntei.

- Sim, me lembro. - Margarida respondeu. - o que isso tem a ver? - perguntou.

- Nossa filha tinha sido sequestrada pelo Valentim. - comecei a contar.

Minha esposa apertou Gastón, o trazendo para mais junto de si, vi pavor em seu olhar.

- O que aquele infeliz fez com a nossa filha? - perguntou segurando as lágrimas.

Suspirei.

- Ele torturou nossa filha fisicamente e psicologicamente. - contei derramando uma lágrima ao me lembrar quando a vi na enfermaria do instituto.

Margarida começou a chorar em silêncio, mesmo assim Gastón se agitou em seu colo. Então, peguei ele de seu colo o trazendo para meu peito.

- Porque ele fez isso com ela? Porque não me contou quando aconteceu? - Margarida perguntou-me olhando com os olhos cheios d’água.

- Você sabe que Valentim nunca aceitou bem a nossa união. - falei. - e Molly não quis que você sofresse em saber o que ele tinha feito a ela. Então guardei esse segredo. - digo. 

Esfreguei minha mão livre em seu braço.

- Ela deve estar brava comigo. - Margarida diz.

Franzi o cenho.

- E porque nossa filha estaria  brava com você? - perguntei sem entender. - você é a maior inspiração para nossa filha, ela apenas não quis te preocupar. - falei confortando ela.

Beijo o topo de sua cabeça.

- Mas não entendi o que isso tem haver com o Jonathan e ela ter a alma dela ligada a ele. - Margarida falou passando as costas da mão em seus olhos para limpar as lágrimas.

Respirei fundo.

- Ela tem medo que Jonathan a rejeita e diga as mesmas coisas que Valentim disse a ela. - respondi. - nossa filha está com medo da rejeição. - digo.

- Porque aquele monstro fez isso com ela? - Margarida questionou. - Molly não merecia ter passado por nada disso. - falou e fungou.

- Eu sei. - falei. - Molly foi forte. - murmurei. - Jace ajudou muito ela quando isso aconteceu. - contei.

Faço carinho em sua bochecha com o polegar.

- Depois vou conversar com ela. - Margarida falou.

- De um tempo a ela. - pedi. - nossa filha nem sabe que estou lhe contando isso a você. - disse.

- Tudo bem. - Margarida concordou.

Trago minha esposa para mais perto de mim, tomando cuidado com Gastón que está dormindo tranquilamente em meus braços.


Capítulo 10

Capítulo 12


Ilustração

Look

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