E.A.: Capítulo 48, Delegacia


 Pov. Molly

 

30th Setembro, 5:40 PM

 

 

~ Delegacia ~

 

Estacionei meu carro na delegacia. Saio do mesmo e vou em direção à porta.

– Boa noite, meninos. - cumprimentei vendo o policial Cooper e o policial Hawkes.

– Senhorita Brown, boa noite. - o policial Cooper desejou.

– Boa noite, senhorita. - policial Hawkes desejou.

– O que já disse sobre formalidades. - perguntei com os braços cruzados e fingindo estar brava.

– Desculpa, Molly. É força do hábito. - Andrew murmurou sem jeito.

Sorri.

– Eu sei. Estava apenas brincando. - digo para que eles se acalmassem. - meu pai está no escritório? - perguntei.

– Ele está sim. - Julian respondeu. - pode ir lá. - diz.

Assenti e sorri para ele. Vou até o corredor e parei em frente da sala do meu pai, bati na porta antes de entrar.

– Entre, querida. - pai murmurou.

– Já está pronto? - perguntei assim que entrei.

Fechei a porta para que ninguém escutasse nossa conversa.

– Estou. Apenas estou esperando o Roger chegar. - pai diz.

– Encontrei ele e a filha no mercado. - comentei e torci o nariz.

Pai ri.

– Qual é o problema? - pai perguntou achando graça.

– Não se preocupe. Apenas tenho problema com a filha dele. - digo e me sentei. - ela é muito mimada e intrometida. Acredita que ela quis arrumar confusão comigo no mercado. - falei.

– Acredito. Ela não é muito amistosa com o Hawkes e o Cooper. - pai diz.

– Brincou? - questionei sem acreditar. - que garota. Qualquer dia vou pular no pescoço dela e tomara que esteja longe do colégio quando isso acontecer. - falei.

Pai ri.

– Se acalme. - o mesmo pediu.

– Não prometo nada. - murmurei.

Sei que não posso arrumar confusão para não chamar atenção, mas aquela garota está pedindo por uma surra.

– Mas o que ela fez? - pai perguntou curioso.

Sorri.

– Estava parada falando com você e ela esbarrou em mim. Depois quis arrumar confusão. - contei.

Papai me olha incrédulo, o que me fez rir.

– Pois é. Doida. - murmurei.

– Isso não é loucura. - pai diz. - não sei o nome disso, mas ela te marcou. - falou.

– É por conta do Jonathan. - falei e ri.

Papai franziu o cenho sem entender.

– Ela gosta dele. E Alicia me vê como uma ameaça já que estávamos próximos. - falei.

– Agora faz sentindo, sua fura olho. - pai brincou.

Gargalhei.

– Menos pai. - pedi. - Jonathan nunca deu bola para ela. Alicia criou uma narrativa absurda e nunca se declarou para ele. - argumentei.

Pai ri.

– Não sabia que tinha ciúmes. - pai me provocou.

Rosnei.

– Não é ciúmes. Ela não pode pegar o que nunca foi dela. - falei e resmunguei ao ver o sorriso convencido do papai.

– Quem te viu, quem te vê. - pai diz em tom zombeteiro.

– Pai! - exclamei.

– Parei. Parei. - ele diz levantando as mãos para cima, mas ri. - mudando de assunto, sua mãe ligou dizendo que você está planejando uma festa do pijama. - falou.

Sorri.

– Estou. - respondi empolgada. - como o Jonathan foi caçar com os meninos, pensei em fazer uma festa do pijama para me distrair. - falei.

Pai balança a cabeça e ri.

– Quando vai contar para todos que estão juntos? - perguntou.

Suspirei.

– Não sei. - respondi. - mas logo falaremos. - digo.

– Você parece não querer contar. - pai observou. - o que a de errado? - perguntou.

– Não tem nada de errado, apenas achei divertido ficarmos escondidos. - falei e dei de ombros.

Pai ri.

– E você já fizeram? - pai perguntou com quem não quer nada.

Levantei a sobrancelha.

– Quer mesmo saber? - questionei.

– Não quero detalhes, apenas um sim ou não. - pai diz.

– Não. - respondi.

– Porque? - pai perguntou.

Olhei preocupada para ele.

– Ele tem medo de me machucar. - respondi para ver onde essa conversa levaria. - entendo o receio dele e respeito. - falei. - mas não quer dizer que não tivemos nosso momentos quentes. - digo e sorri marota.

Papai resmungou e estremeceu. Gargalhei com sua reação.

– Tudo bem. No tempo de vocês. - pai diz.

Olhei para ele.

– Porque a pergunta? - perguntei desconfiada.

– Nada. - pai diz rápido demais.

Me ajeito na cadeira e fico séria na hora.

– Posso fazer uma pergunta? - perguntei, mesmo sabendo a resposta.

– Claro. Sempre. - pai diz e franziu o cenho.

– Se eu engravidasse, você não ficaria bravo ou chateado, né? - questionei.

Fico preocupada e com medo da sua resposta.

– Claro que não. - pai respondeu e olhou em meus olhos. - ficaria feliz em ser avô. - diz.

Fico em silêncio.

– Então, é essa a questão. Ser avô. - falei mais para mim do que para ele. - quer me matar do coração pai? - questionei brava. - achei que todas essas perguntas fossem por outra rezão. - digo.

– Jamais. - pai respondeu e se levantou.

Ouço que Roger e a filha chegaram. Levanto-me também.

– Seria maravilhoso que vocês me desse netos. - pai diz no plural.

Ri.

– Mesmo tenho dezanove anos? - questionei.

– Mesmo tenho dezanove, dezoito, dezassete ou dezasseis anos. - pai diz vindo até mim.

Olho incrédulo para ele.

– Por favor, me diz que você e a mamãe não estão planejando ter mais filhos? - questionei.

Pai ri.

– Para agora não. - o mesmo respondeu para meu desespero. - mas não planejamos nenhum de vocês, apenas aconteceram. - diz. - quem sabe quando os quadrigêmeos estiverem com quatro ou cinco anos. - falou.

Estremeci e preferi ficar quieta. Saímos de sua sala, papai trancou a mesma e guardou a chave no bolso. Fomos para a frente da delegacia.

– Boa noite, Roger. - pai o cumprimentou e olhou para Alicia. - senhorita. - murmurou sendo gentil.

Alicia me olhou e depois para meu pai.

– Não acredito que até aqui você está. - Alicia diz. - não tem vergonha? - me questiona com raiva.

Franzi o cenho sem entender, olhei para os meninos que estão confusos com o questionamento da Alicia.

– Porque minha filha sentiria vergonha, senhorita Ross? - pai perguntou.

Alicia pisca algumas vezes.

– Alicia! Porque está sendo rude com a senhorita Brown? - o senhor Ross questiona a filha.

– Ele é seu pai? - Alicia perguntou. - isso é impossível. - diz.

Ela olha para mim e depois para meu pai.

– Seria difícil ele ser minha mãe. E que me lembre, ele é meu pai. - falei com ironia. - e porque seria impossível sermos pai e filha? - questionei cruzando os braços.

– Também queria saber. - Hawkes murmurou em um tom médio.

Alicia olhou feio para ele que se encolheu.

– Não se atreva. - mandei já perdendo o controle. - não pode tratar as pessoas como se fossem inferiores a você até porque você não é nada aqui. - falei. - seu pai é o policial e não você. - digo.

– Está tudo bem senhorita Brown. - Hawkes diz.

Olhei para o mesmo com compaixão, ele não deveria ser tratado como um NADA sem merecer.

– E para deixar claro... - digo fazendo que preste a atenção em mim. - não sou amante de ninguém. - falei.

A delegacia fica em silêncio, meu pai não se intromete, pois sabe que foi isso que Alicia pensou que eu era, nem precisava ler a mente dela para saber.

– Dá próxima dez que nos virmos sendo no colégio ou em qualquer outro lugar, evite falar comigo. - ordenei. - não sou obrigada a ouvir asneira. - digo. - e a propósito, sou a cópia fiel da minha mãe e é por isso que não me pareço com meu pai. - esclareço.

Todos ficam em silêncio, ninguém ousa falar ou interromper. Alicia fica quieta, pois sabe que falou merda. Olhei para meu pai que está quieto.

– Podemos ir? - perguntei. - tenho uma festa do pijama para organizar. - falei.

– Claro. Até amanhã rapazes. - pai se despediu deles.

– Acompanharemos vocês até a saída. - Cooper diz.

Nós quatro saímos, deixando Roger e Alicia dentro da delegacia.

– Nossa. Esse carro é seu? - Hawkes perguntou maravilhado com minha Porsche.

Sorri.

– É sim. Comprei com o dinheiro que recebi de um trabalho. - falei.

Os dois policiais me olham.

– Minha filha é pintora. E de vez em quando ela recebe grandes serviços. - pai diz orgulho.

Sorri um pouco sem jeito. E é verdade, comprei um Porsche com o dinheiro de dois quadros lindo e enorme.

– Eu invisto a maioria do meu dinheiro em ações e a outra parte em carros. - falei.

– Dei um um Porsche 911 para ela quando tirou carta. - pai diz. - ela sempre me dá orgulho. - falou.

– Pai. - o repreendi sem jeito.

Julian e Andrew sorriem.

– Tenho certeza que você mereceu. - o policial Cooper diz.

Sinto minhas bochechas arderem.

– Não é para tanto. - murmurei.

– Temos que ir. - pai diz.

Ele tem razão, já estou atrasada. Antes que entrássemos no carro, Alicia e Roger saem da delegacia.

– Então o carro é seu. - Roger diz e olhei para meu pai.

– Não. É da minha filha. - pai respondeu simples.

Roger olhou para mim.

– Sim. Ele é meu. - falei. - os meninos contaram sobre o Onyx. - digo.

Olhei para meu pai que assentiu com a cabeça.

– Tchau, meninos. - me despedi e entrei no carro.

Papai se despediu e entrou no carro. Dei partida e sai da delegacia. Quando estávamos longe da delegacia, o pai começou a gargalhar.

– O que foi? - perguntei depois de um tempo.

– Você é incrível. - pai diz simplesmente.

Franzi o cenho confusa.

– A cara do Roger foi a melhor. Ele deu uma bronca da Alicia. - pai diz.

– Pai é feio ouvir a conversa dos outros. - o repreendi.

Sinto seu olhar.

– Não finja que não está rindo por dentro. - pai diz me acusando.

Sorri.

– Nunca. - falei. - ela mereceu. - digo.

Vi o papai sorri de lado.

– Percebi que se segurou. Não intervir, porque sabia que sobraria para mim. - pai diz.

Revirei os olhos.

– Roger deve estar puto com ela. - pai falou.

– Problema é dele. - murmurei. - a culpa é dele por não repreender ela.- digo. - não tenho sangue de barata para ver ou ouvir uma coisa daquela. - falei.

– Eu sei. - pai murmurou. - e é por isso que estou orgulhoso de você. - diz.

– Não é para tanto. - falei. - quase pulei nela e dei uns tapas por achar que somos amantes. - digo. - onde já se viu. - esbravejei.

Apertei o volante.

– Molly. - pai me chamou.

Respirei fundo e penso em Jonathan para me acalmar.

– Desculpa. - pedi.

Ficamos em silêncio por um tempo.

– Desde quando você usa anel? - pai perguntou.

Olhei para meu dedo onde o anel que Jonathan me deu está, sorri para ele.

– Jonathan me deu na semana passada, quando fizemos um mês de namoro. - respondi. - dei uma pulseira e um anel. - falei. - ele usa o anel em uma corrente, por baixo da camisa. - digo.

Papai fica em silêncio.

– Está tudo bem? - perguntei.

– Está. - pai respondeu. - apenas percebendo que vocês estão crescendo. - diz.

Ri.

– Cresci faz tempo pai. - murmurei.

– Isso eu sei. - o mesmo diz. - e você é a que me dá mais trabalhos. - falou.

Comprimi os lábios e suspirei.

– Sinto muito. - digo um pouco incomodada.

– Desculpa, querida. Não era isso que queria que causasse em você. - pai diz. - sei que sempre voltou para nós, você sempre dá um jeito. - falou.

Sorri minimamente e assenti com a cabeça. O restante do caminho foi silencioso.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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